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Volume 3 - Jonas Mekas - Via: Ed. Alápis

Jonas Mekas

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sando da liberdade de expressão básica do ser humano, como descrita<br />

na Constituição, e obtida pelo homem ao longo de milhões de anos de<br />

desenvolvimento espiritual.<br />

Todas as obras de arte, todas as expressões do espírito do homem,<br />

precisam ser permitidas, precisam estar disponíveis para o povo.<br />

Quem – quando mesmo os melhores de nossos artistas, os melhores<br />

críticos de nossa arte discordam sobre arte (e eu tenho certamente<br />

mais autoridade nisso do que qualquer policial ou qualquer corte) – entre<br />

vocês se atreve a posar de juiz de nossa arte, ao ponto de arrastá-la<br />

para as cortes criminais? Que época é esta que vivemos, quando obras<br />

de arte são identificadas como trabalhos criminosos?<br />

Que bela insanidade!<br />

26 de março<br />

Sobre o engajamento social<br />

Sim, o engajamento social! Diríamos que os artistas estão mudando<br />

a direção do engajamento. Foi preciso um bom tempo (para<br />

alguns de nós) para vermos algo que sabíamos desde o início: saber<br />

que de nada serve criticar a ordem existente ou o pobre estado da alma<br />

humana; que não podemos mudar, aperfeiçoar ou salvar o homem a<br />

partir do exterior; que o verdadeiro trabalho deve ser feito no interior;<br />

que os outros podem apenas ser tocados pela beleza deles mesmos;<br />

que não podemos proteger a humanidade através do “mudar o mundo”;<br />

uma mudança pode ser tão ruim quanto qualquer outra (desde o<br />

surgimento do mundo, o homem não parou de mudá-lo); que o trabalho<br />

deve portanto ser feito em nosso próprio eu (em si mesmo); que<br />

toda mudança deve começar em nós (em mim); que só as almas verdadeiras<br />

e belas podem mudar o mundo e trazer ou transmitir a beleza e<br />

a verdade aos outros; que, além do mais, uma simples pincelada pode<br />

fazer mais pelo homem, exaltar sua alma, tocá-lo e mudá-lo mais profundamente<br />

que toda arte explicitamente social e moral; que há uma<br />

beleza das almas que se manifesta através das formas puras e absolutas,<br />

de cores, de tons, de movimentos e que o homem sempre soube<br />

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