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das inflexões coletivas, de “bicicleta” ou “esqui”, do Flux Vehicle Day –,<br />
precede por exemplo o Fluxus Hudson Trip de 1 o de julho de 1971, que<br />
conduz de barco muitos fluxfriends da época, na esteira das reuniões<br />
festivas da George’s Dumpling Party, do John Lennon’s Birthday ou do<br />
Dinner at Raimund’s. Zefiro Torna é o folheio temporal de três décadas<br />
de diários íntimos, lidos 10 ou 20 anos após terem sido escritos, às vezes<br />
montados 20 ou 30 anos após terem sido filmados, reativados após<br />
o acontecido pelo eterno presente da anamnese cinematográfica. Mas<br />
é também a câmara de eco, abafada, de palavras e imagens para sempre<br />
dessincronizadas por aquilo mesmo que as reuniu, e que não pode<br />
ser escrita ou filmada sem alguma obscenidade: a morte de um amigo.<br />
<strong>Mekas</strong> não pretende tampouco contar a história de um movimento flutuante<br />
como o nome, Fluxus (que Maciunas lhe conferiu), e cambiante<br />
como o fluxo heraclitiano do rio no qual nunca se pode banhar duas<br />
vezes do mesmo modo. Ele tira como quem não quer nada os retratos,<br />
captados de improviso, de inúmeros de seus protagonistas históricos,<br />
de Almus Slacius (que lançou a galeria AG nos anos 60) a Nam June<br />
Paik ou Yoko Ono, de Dick Higgins a Geoffrey Hendricks ou Larry Miller.<br />
E nos restitui, com igual frescor, muitas das performances mais engraçadas<br />
do Fluxus, como uma luta de boxe à distância ou um jogo de<br />
futebol sobre pernas-de-pau.<br />
Se é verdade que Maciunas não cessou de reivindicar este estado<br />
de espírito (“O que me caracterizava era que eu era sempre a favor do<br />
humor, em cinema, em música, em arte e até em arquitetura”) – ao ponto<br />
que <strong>Mekas</strong> pôde descobrir nele, mais do que um homem-orquestra,<br />
um “verdadeiro Circo Barnum do movimento” –, não se deve negligenciar,<br />
no entanto, sua tripla formação de arquiteto, historiador da arte e<br />
grafista, que o conduziu a encenar o efêmero no espaço de geometria<br />
variável da rua, da galeria ou do museu (depois de ter elaborado um<br />
Prefabricated Building System e ao mesmo tempo em que fundava as<br />
Fluxhouse Cooperatives que facilitaram a acessão dos artistas ao bairro<br />
do SoHo), a tirar as medidas do fim presumido da arte e a marcar com<br />
um estilo tipográfico imediatamente identificável a maioria das produções<br />
Fluxus: objetos, caixas, cartazes, catálogos, e às vezes maquetes,<br />
diferentes a cada número, para a revista Film Culture (das quais a