07.02.2017 Views

Volume 3 - Jonas Mekas - Via: Ed. Alápis

Jonas Mekas

Jonas Mekas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

o fazem: intuitivamente, automaticamente, durante o processo de<br />

filmagem (criando). E sobre a preparação? Ah sim, você desenvolveu<br />

seu senso estético: vendo outros filmes e frequentando outras artes.<br />

Não se pode fazer tudo isso em duas semanas, logo antes da filmagem,<br />

bang, desse jeito. Isso deve ser feito durante toda sua vida e constantemente:<br />

você é o verdadeiro instrumento de sua arte, você é, e não<br />

a câmera (você aprende a usá-la em duas horas), todo trabalho deve<br />

ser feito em você mesmo. Converse com um cineasta, escute o que ele<br />

pensa, o que ele sente: se é grosso, vulgar, pesado, você pode ter certeza<br />

que seus filmes também serão assim. Sobre a terra como no céu...<br />

Então, agora que temos todas as ferramentas (dizem que há 8 milhões<br />

de câmeras de 16 mm e 8 mm nos EUA hoje) e que todos podem<br />

fazer filmes (como todos podem escrever e pintar), podemos abordar<br />

outros assuntos mais difíceis (e mais importantes): a arte do cinema.<br />

Em breve você começará a me odiar... Aqui é um outro <strong>Jonas</strong> que fala...<br />

(existem vários de mim).<br />

1968<br />

111<br />

18 de abril<br />

Toda arte é real e concreta<br />

“O cinema experimental é sinônimo de um delírio mental e da<br />

fuga da realidade”, escreve o crítico francês de cinema Marcel Martin<br />

na edição nº 124 da Cinéma 68, uma das três principais publicações<br />

francesas voltadas para o cinema, em sua resenha da 4ª Quarta Mostra<br />

Competitiva de Cinema Experimental de Knokke-Le Zoute. Este tipo<br />

de atitude ainda é muito típico entre os europeus.<br />

Nos Estados Unidos esta mentalidade é representada por Amos<br />

Vogel (ver seu artigo em Evergreen Review). O que me impressiona é<br />

o seguinte: como podem os intelectuais (??) franceses, com todas as<br />

escolas filosóficas atrás de si, se mostrarem tão primitivos em relação<br />

à realidade. Fuga da realidade! Uma cena comum de um filme de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!