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Volume 3 - Jonas Mekas - Via: Ed. Alápis

Jonas Mekas

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Sketches). Como a batalha pelo cinema experimental era um trabalho<br />

de tempo integral e sem muitas brechas para outras atividades, sua<br />

prática como cineasta foi sendo deixada pouco a pouco de lado. No início<br />

da década de 60, antes do momento mais intenso do cinema underground<br />

(a partir de 63), ele ainda finaliza dois longas: Guns of the Trees<br />

(1962) – inspirado pelo ethos beat já presente em outros filmes da época<br />

como Shadows (1959) de John Cassavetes e Pull My Daisy (1959) de<br />

Alfred Leslie e Robert Frank, – e The Brig (1964), documentário com<br />

o Living Theatre, que saiu premiado de Veneza. Em seguida, suas atividades<br />

em torno da Coop e da Cinematheque, mais todas as batalhas<br />

que ele compra em defesa do cinema de vanguarda, o afastam cada vez<br />

mais de um projeto de fazer um filme. Não há tempo, não há energia.<br />

Para não “perder a prática” com a câmera ele continua filmando,<br />

algo que ele já fazia desde 1949. Há dias em que filma apenas um segundo,<br />

em outros, dez, às vezes apenas alguns fotogramas, e outras vezes,<br />

dois minutos. Levando para sua prática o mesmo espírito de liberdade<br />

defendido nas crônicas publicadas na “Movie Journal”, ele filma seu dia<br />

a dia, a Coop, seus amigos, passeios, a cidade de Nova York e a efervescência<br />

cultural e artística na qual se vê envolvido. São breves notas e<br />

impressões colhidas ao longo do tempo, e que não parecem ter grandes<br />

pretensões de dar conta de uma totalidade. Em 1969, uma parte mais<br />

recente dessas imagens recolhidas durante 20 anos serão reunidas em<br />

Walden. Ali, edita imagens gravadas “no calor da hora”, entre 66 e 69.<br />

Filmar tornara-se um hábito, uma prática de vida. Ao entender que<br />

todas as imagens que vinha colhendo sem fim previsto, fora o de manter<br />

a prática com a câmera, funcionariam se editadas em um filme, <strong>Mekas</strong><br />

encontra o seu modo de fazer cinema. Assim, a partir dos anos 70, começa<br />

a montar novos “capítulos” ou “cadernos” desse longo diário: Reminiscences<br />

of a Journey to Lithuania, Lost Lost Lost, In Between (1978)<br />

e Paradise Not Yet Lost (aka Oona’s Third Year) (1979). Nos anos 80, He<br />

Stands in a Desert Counting the Seconds of His Life (1985), e em 2000,<br />

As I Was Moving Ahead I Ocasionally Saw Brief Glimpses of Beauty,<br />

com imagens feitas entre 1975 e 2000. Em 2012 ele finalizou Outtakes<br />

of the Life of a Happy Man.<br />

Se agrupados, todos os seus filmes comporiam um único e lon-<br />

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