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Volume 3 - Jonas Mekas - Via: Ed. Alápis

Jonas Mekas

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homens lituanos vestindo uniformes do exército americano e testemunhamos<br />

a celebração do batismo de Paulius Landsbergis – indicando que<br />

por mais que os refugiados aguardem a chance de voltar para casa, suas<br />

vidas como americanos começam a tomar forma. Mas o rolo termina<br />

com uma afirmação final de que os refugiados continuam a ser lituanos<br />

e a se enxergar como tal: um adorável trecho colorido registra duas danças<br />

folclóricas lituanas.<br />

Além da cronologia geral que estrutura cada rolo há um segundo<br />

princípio organizador que se mantém consistente no decorrer dos seis<br />

rolos: eles funcionam aos pares, sendo o primeiro rolo de cada par mais<br />

envolvido diretamente com a vida pessoal e familiar, e o segundo mais<br />

envolvido com a vida política. O rolo dois começa com imagens do Professor<br />

Pakstas, que, de acordo com o que nos diz <strong>Mekas</strong>, tinha nos velhos<br />

tempos a ideia de que os lituanos deveriam mudar-se para uma ilha, pois<br />

jamais haveria paz entre Alemanha e Rússia. A isto seguem-se imagens<br />

de várias manifestações da comunidade lituana contra a União Soviética<br />

e da apaixonada polêmica de <strong>Mekas</strong> contra as “superpotências”:<br />

“Que minha câmera registre o desespero dos países pequenos. Como eu<br />

as odeio, grandes nações, com seus grandes rios, grandes montanhas,<br />

grandes histórias, grandes exércitos e grandes guerras, sempre reunindo-se<br />

como nas Nações Unidas, onde se proclamam os Três Grandes ou<br />

os Quatro Grandes, sempre pensando que são os únicos, e que os outros,<br />

sabem, os outros deveriam ser apenas uma parte sua ou falar a sua língua.<br />

Que venha a Ditadura dos Países Pequenos”. O rolo inclui reuniões<br />

políticas e uma leitura de um texto, “Sob o cavalo branco da Lituânia”<br />

(em Lost Lost Lost os intertítulos aparecem em letras maiúsculas na<br />

maioria das vezes), do poeta e patriota lituano Juozas Tysliava.<br />

Misturado às imagens políticas do segundo rolo há um outro conjunto<br />

de imagens que dá continuidade ao tema da dupla história da comunidade<br />

lituana: cenas de um casamento situadas na metade do rolo,<br />

por exemplo, mostram cada vez mais a história da comunidade ocorrendo<br />

no novo país, enquanto a distância em relação à vida anterior<br />

continua a aumentar. De fato, o fim do rolo dois é cheio de desespero.<br />

Vemos um grupo de lituanos reunidos em Camp Oscawana para um<br />

piquenique, algo que <strong>Mekas</strong> chama em sua narração de “nossos últimos

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