You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>00</strong><strong>00</strong><strong>00</strong><strong>00</strong><strong>00</strong>0<br />
Direito Eleitoral TRE-RJ 2017<br />
AJAA e TJAA<br />
Aula <strong>00</strong> - Prof. Ricardo Torques<br />
1ª POSIÇÃO: as Resoluções do TSE são fontes primárias, as quais inovam<br />
a ordem jurídica.<br />
A primeira posição foi adotada pelo STF no julgamento da ADI nº 3.999 e ADI nº<br />
4.086, nas quais o Plenário confirmou a constitucionalidade da Resolução nº<br />
22.610/2<strong>00</strong>7, que disciplina o processo de perda de mandato eletivo por<br />
infidelidade partidária. Em síntese, discutiu-se que a referida Resolução<br />
disciplinou, de maneira inovadora, o processo de perda de cargo eletivo, matéria<br />
que somente poderia ser disciplinada por norma editada pelo Poder Legislativo.<br />
Pelo que vimos na classificação das fontes, as fontes<br />
secundárias extraem o fundamento de validade da<br />
legislação e, por isso, não se sujeitam ao controle direto de constitucionalidade,<br />
mas ao controle de legalidade. Em sentido inverso, afirmou o STF, que as<br />
Resoluções do TSE seriam normas de caráter primário e, por isso, sofreriam<br />
controle de constitucionalidade.<br />
O STF entendeu que, de fato, a matéria “fidelidade partidária” deveria ser editada<br />
pelo Poder Legislativo, em razão da regra de competência constante do art. 22,<br />
I, da CF. Contudo, a exigência da fidelidade partidária é extraída do próprio Texto<br />
da Constituição e, assim, não faz sentido aplicar a regra da fidelidade partidária<br />
apenas quando o Poder Legislativo decidir legislar. Entendeu o STF que a<br />
Resolução do TSE nº 22.610/2010 é uma norma transitória e de caráter<br />
excepcional, que se justifica em face da demora do Poder Legislativo em editar<br />
uma norma para disciplinar a matéria.<br />
Desse modo, nesse caso, concluiu o STF que a Resolução do TSE, além de ser<br />
fonte formal direta é, também, fonte primária. Em razão disso, poderá sujeitarse<br />
ao controle de constitucionalidade.<br />
Vejamos, em seguida, outro posicionamento do STF.<br />
2ª POSIÇÃO: as Resoluções do TSE são fontes secundárias, as quais não<br />
podem inovar na ordem jurídica.<br />
A Resolução do TSE nº 20.993/2<strong>00</strong>2 determinou a verticalização das coligações<br />
partidárias. Em termos simples, o TSE obrigou os partidos a adotarem a mesma<br />
composição da coligação nacional para concorrer nas eleições estaduais e<br />
municipais, sem possibilidade de outros arranjos entre os partidos nos estadosmembros<br />
e nos municípios.<br />
Em razão disso, vários partidos políticos ingressaram com ação declaratória de<br />
inconstitucionalidade perante o STF, questionando a norma<br />
criada pela Resolução. Nesse julgamento, o STF entendeu<br />
que a Resolução do TSE possui caráter secundário e<br />
interpretativo, não podendo inovar na ordem jurídica, dada a natureza das<br />
resoluções.<br />
Em síntese, o STF afirmou que as Resoluções possuem caráter secundário e<br />
destinam-se a interpretar a norma eleitoral. Em razão disso não poderiam sofrer<br />
o controle de constitucionalidade.<br />
Prof. Ricardo Torques www.estrategiacon<strong>curso</strong>s.com.br 17 de 126<br />
<strong>00</strong><strong>00</strong><strong>00</strong><strong>00</strong><strong>00</strong>0 - DEMO