Revista ABA Novembro 2017
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ena <strong>2017</strong><br />
Marcas precisam<br />
ter propósito<br />
O marketing de causa avança. O consumidor faz<br />
questão de enxergar propósitos bem estruturados na<br />
formulação mercadológica das marcas. Para ser uma<br />
lovemark no mind set do cliente e ser reconhecida por<br />
ele como agente propositiva, como explicou Daniele<br />
Tranchini, global CEO da La Fabbrica no painel “Marcas<br />
e propósito: muito além do marketing”, não é mais uma<br />
questão opcional para as empresas. Esse sentimento é<br />
um novo elemento para estar no DNA da empresa.<br />
“Não é só o marketing que deve buscar propósito;<br />
é uma missão de toda a empresa”, recomendou<br />
Tranchini, citando a Apple de Steve Jobs como exemplo.<br />
“Ele quis mudar o mundo e não apenas comercializar<br />
computadores. O seu jeito foi um marco no mundo<br />
corporativo, porque Jobs deixou esse propósito bem<br />
definido no seu discurso. O marketing de causa, porém,<br />
é apenas a ponta do iceberg”, explicou.<br />
O polêmico Donald Trump foi relacionado por<br />
Tranchini, não como exemplo para definir um padrão,<br />
mas porque ele é fiel ao seu modelo. “Mesmo quem<br />
é contra o seu jeito, sabe o que permeia sua intenção.<br />
No caso do marketing, é necessário saber criar paixão e<br />
compromisso; cada vez mais as pessoas escolhem produtos<br />
pela razão. Quem insistir em vender sabores<br />
e programas de milhagem, vai se deparar com<br />
a necessidade de as pessoas terem a certeza<br />
de que há um propósito real por<br />
trás das propostas”.<br />
Tranchini avalia que a paixão é o nutriente básico<br />
para abraçar uma causa. Por que, nas suas palavras,<br />
gera comprometimento, além de criar pontes com as<br />
pessoas. “Humanos se conectam a propósitos e não a<br />
produtos”, ele sintetizou. O novo contexto tem como<br />
ator principal a geração Millennial, que agrega seu<br />
estilo de consumo à sociedade, mas que não é refratária<br />
ao consumo e está aberta a produtos Premium.<br />
A questão do propósito, segundo Tranchini, é tão vital<br />
que 15% dos trabalhos finalistas no festival Cannes<br />
Lions deste ano são diretamente ligados ao propósito<br />
das organizações. Tendência que, em sua opinião, vai<br />
ganhar cada vez mais musculatura.<br />
“Os millennials são filhos da transição, têm opinião,<br />
são mais instruídos e querem ganhar dinheiro, mas estão<br />
revendo sua relação com as marcas. E quando não<br />
concordam, simplesmente compartilham esse pensamento<br />
nas redes sociais. A vantagem é que entre 75%<br />
e 91% dessa geração gosta de dizer que viu algo positivo.<br />
Uma boa reputação gera vendas e lucro, resiliência,<br />
além de dar mais voz às abordagens institucionais. Os<br />
millennials não querem que lhe digam como devem<br />
proceder; eles exigem provas”, disse Tranchini, lembrando<br />
que sete marcas aceitas pelos millennials, entre<br />
as quais o Google, Microsoft e Facebook, concentram<br />
faturamento anual de US$ 3,3 trilhões, “maior do<br />
que o PIB dos países africanos”.