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Tratamento de Minérios

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CETEM <strong>Tratamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Minérios</strong> – 5ª Edição 105<br />

Em primeiro lugar, todas as fases importantes <strong>de</strong>vem estar perfeitamente<br />

qualificadas, e a composição <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>las tem que ser conhecida. Isto é trivial<br />

para minerais com composição bem <strong>de</strong>finida, mas muitos permitem variações<br />

relativamente gran<strong>de</strong>s, como as soluções sólidas. Exemplos são os silicatos, comuns em<br />

minerais <strong>de</strong> ganga, como feldspatos, micas, piroxênios e anfibólios, que dificilmente são<br />

<strong>de</strong>terminados com maior precisão por difração <strong>de</strong> raios X ou análises qualitativas ao<br />

MEV/EDS. Em alguns <strong>de</strong>stes casos, os dados <strong>de</strong> petrografia em luz transmitida<br />

eventualmente permitem melhor i<strong>de</strong>ntificação, e o erro ao se assumir uma composição<br />

coerente po<strong>de</strong> ser suficientemente baixo para permitir boa quantificação. Em outros<br />

casos, como zeólitas ou alguns sulfossais, a i<strong>de</strong>ntificação não consegue ser boa, o<br />

suficiente, para permitir a adoção <strong>de</strong> alguma estequiometria aceitável, e neste caso é<br />

necessário efetuar algumas análises quantitativas por MEV/EDS ou microssonda<br />

eletrônica, ou ainda análises químicas convencionais <strong>de</strong> uma amostra purificada por<br />

catação manual, para que a estequiometria possa ser adotada, a contento. Convém<br />

relembrar da real necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se conhecer a composição com precisão: é comum<br />

que eventuais erros na quantificação alterem apenas a relação entre minerais (por<br />

exemplo, quartzo/feldspato), sem maiores consequências para o processo.<br />

Outro fator muito importante a ser consi<strong>de</strong>rado é a cristalinida<strong>de</strong> das fases,<br />

particularmente <strong>de</strong> Fe e <strong>de</strong> Mn em minerais supérgenos. Mesmo que algumas fases,<br />

como goethita e hematita, sejam bem i<strong>de</strong>ntificadas por difração <strong>de</strong> raios X, é sempre<br />

possível que uma parte, até consi<strong>de</strong>rável, seja amorfa ou mal cristalizada. Neste caso, a<br />

estequiometria superestima a fase cristalina, em <strong>de</strong>trimento da amorfa. Nem sempre<br />

isto é importante, mas é bom que se tenha clareza quanto ao fato.<br />

A análise po<strong>de</strong> também ser parcial, quando apenas alguns minerais <strong>de</strong> minério ou<br />

<strong>de</strong> ganga interessam, e geralmente é o que se faz em acompanhamento <strong>de</strong> processo.<br />

Método <strong>de</strong> Rietveld<br />

O método <strong>de</strong> refinamento <strong>de</strong> espectro multifásico total <strong>de</strong> difração <strong>de</strong> raios X<br />

(método <strong>de</strong> Rietveld), <strong>de</strong> maneira simplificada, consiste em se minimizar a diferença<br />

entre espectros medido e calculado, passo por passo, num difratograma digital<br />

(Rietveld, 1970). A gran<strong>de</strong> vantagem do método para quantificação é justamente que se<br />

utilizam todos os pontos <strong>de</strong> um espectro, e superposição <strong>de</strong> picos, que usualmente<br />

inviabilizam outros métodos <strong>de</strong> quantificação por difração <strong>de</strong> raios X em amostras<br />

pulverizadas, que pouco afetam o método <strong>de</strong> Rietveld, apenas dificultam a i<strong>de</strong>ntificação<br />

qualitativa.<br />

A quantificação pelo método <strong>de</strong> Rietveld baseia-se em três consi<strong>de</strong>rações iniciais<br />

(Philippo et al., 1997): i) cada estrutura cristalina tem seu próprio espectro <strong>de</strong> difração<br />

caracterizado pelas posições e intensida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada pico <strong>de</strong> difração; ii) a superposição<br />

dos espectros <strong>de</strong> difração faz-se por simples adição, sem interferência; e iii) a integral da<br />

superfície do espectro <strong>de</strong> cada fase é proporcional à porcentagem da fase na mistura.

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