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Tratamento de Minérios

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CETEM <strong>Tratamento</strong> <strong>de</strong> <strong>Minérios</strong> – 5ª Edição 449<br />

reagentes, as especificações da metalurgia (MgO 4,25% e SiO 2 12,75%) foram atingidas<br />

com folga, com a produção <strong>de</strong> concentrados <strong>de</strong> cobre com teores <strong>de</strong> magnésio <strong>de</strong> 3,5%<br />

(7,5% anteriormente) e <strong>de</strong> SiO 2 <strong>de</strong> 10,5% (20% anteriormente). Mudanças operacionais<br />

na flotação, menor <strong>de</strong>pendência do pH e nível <strong>de</strong> célula mais alto, possibilitaram um<br />

aumento <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> sulfetos <strong>de</strong> cobre, quantificável em termos <strong>de</strong> custos <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> concentrado na época em US$ 200.000 por mês.<br />

Fosfatos<br />

Os principais <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> fosfatos brasileiros (<strong>de</strong> origem ígnea) apresentam<br />

como diferença básica em relação aos da Flórida e <strong>de</strong> Marrocos (<strong>de</strong> origem sedimentar),<br />

por exemplo, a presença <strong>de</strong> ganga carbonática associada à apatita. Esta peculiarida<strong>de</strong><br />

exigiu a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> esquemas <strong>de</strong> reagentes específicos, constituindo-se em um dos<br />

gran<strong>de</strong>s feitos da engenharia mineral brasileira, levando à consagração nacional e<br />

internacional do saudoso Prof. Paulo Abib Andéry. O esquema <strong>de</strong> reagentes adotado<br />

inicialmente em todas as empresas consi<strong>de</strong>rava o uso <strong>de</strong> tall oil como coletor <strong>de</strong> apatita<br />

e amido <strong>de</strong> milho convencional como <strong>de</strong>pressor <strong>de</strong> minerais <strong>de</strong> ganga. O amido, por se<br />

constituir no principal reagente utilizado na indústria mineral brasileira, e por ser<br />

empregado tanto na flotação <strong>de</strong> fosfatos quanto na <strong>de</strong> minérios <strong>de</strong> ferro, será abordado<br />

em item próprio.<br />

O tall oil era importado e seu preço atingiu valores inaceitáveis. O tall oil nacional<br />

apresenta conteúdos elevados <strong>de</strong> ácidos rosínicos, que prejudicam a ação espumante.<br />

Havia uma crença <strong>de</strong> que o tall oil era imprescindível <strong>de</strong>vido a seu elevado conteúdo em<br />

ácido oléico. Entre as fontes conhecidas, apenas o óleo <strong>de</strong> oliva po<strong>de</strong>ria ser convertido<br />

em ácidos graxos com teor semelhante <strong>de</strong>sse ácido. Logicamente o custo <strong>de</strong>sse coletor<br />

seria ainda superior ao do tall oil. Estudos <strong>de</strong> caráter fundamental/aplicado mostaram<br />

que, na realida<strong>de</strong>, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> coleta estava relacionado à soma <strong>de</strong> ácidos oléico e<br />

linoléico. Esta constatação abriu as portas para o emprego <strong>de</strong> coletores <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong><br />

vegetais como o arroz e a soja, com teores elevados em ácido linoléico, que compensa<br />

o menor conteúdo em ácido oléico. Uma aplicação interessante foi o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do coletor conhecido como “sojuva”, uma mistura <strong>de</strong> ácidos graxos da soja com aqueles<br />

extraídos <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> uva, um subproduto da indústria vinícola do Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul. Ácidos graxos extraídos <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> maracujá chegaram a ser testados em<br />

escala <strong>de</strong> laboratório na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, com resultados<br />

promissores.<br />

A aplicação <strong>de</strong> conceitos <strong>de</strong> química <strong>de</strong> superfície, aliada à experiência industrial<br />

da Fosfertil, levou a empresa a flotar separadamente dois tipos <strong>de</strong> minério <strong>de</strong>signados<br />

como granulado (ganga predominantemente silicatada) e friável (ganga<br />

predominantemente carbonatada). O circuito para minério friável empregou como<br />

coletor ácidos graxos <strong>de</strong>rivados do óleo <strong>de</strong> casca <strong>de</strong> arroz, porém requer flotação em<br />

separado para as frações grossa e fina. O óleo <strong>de</strong> casca <strong>de</strong> arroz foi substituído por óleo

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