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Tratamento de Minérios

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734 Aglomeração – Parte II: Pelotização CETEM<br />

Mais uma evidência <strong>de</strong> que a sinterização dos grãos <strong>de</strong> hematita, que ocorre<br />

durante o processo <strong>de</strong> queima das pelotas, é um fenômeno termicamente ativado. Isto<br />

foi <strong>de</strong>monstrado por Wynnyckyj e Fahidy (10) , ao constatarem que os mecanismos<br />

responsáveis pelo aumento da resistência à compressão também são comandados por<br />

leis do tipo Arrhenius, com a energia <strong>de</strong> ativação dada pela inclinação <strong>de</strong> gráficos <strong>de</strong> log<br />

da resistência à compressão versus 1/T.<br />

Em resumo, com relação à parcela da resistência à compressão referente à<br />

eficiência da sinterização e ao crescimento dos grãos <strong>de</strong> hematita, espera-se que<br />

pelotas com maior teor <strong>de</strong> CaO e maior tempo <strong>de</strong> permanência em temperaturas da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1300 o C apresentem maior eficiência <strong>de</strong> sinterização, traduzida em maior<br />

resistência à compressão a frio. Embora os estudos <strong>de</strong> Toríbio (16) tenham concluído que<br />

a eficiência <strong>de</strong> sinterização seja influenciada pela tipologia do minério processado, neste<br />

trabalho optou-se por utilizar um único tipo <strong>de</strong> minério, minimizando este efeito.<br />

Fases Escorificadas<br />

Os aglomerados <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro produzidos por meio <strong>de</strong> processos <strong>de</strong><br />

pelotização e sinterização constituem-se, geralmente, <strong>de</strong> Fe 2 O 3 , CaO, SiO 2 , Al 2 O 3 e MgO.<br />

Elementos tais como P, S, Na, K, Cu, Ti e V, aparecem em quantida<strong>de</strong>s muito pequenas<br />

(menores que 0,05%), em produtos comerciais.<br />

Quando submetidas às condições <strong>de</strong> queima, além do já <strong>de</strong>scrito fenômeno <strong>de</strong><br />

sinterização que ocorre entre as partículas <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro (Fe 2 O 3 ), várias outras<br />

transformações também se processam, envolvendo, além do Fe 2 O 3 , também outros<br />

compostos (CaO, SiO 2 , Al 2 O 3 e MgO), chamados aqui <strong>de</strong> formadores <strong>de</strong> escória.<br />

Os compostos Fe 2 O 3 , CaO, SiO 2 e MgO apresentam-se como óxidos estáveis sob<br />

<strong>de</strong>terminadas condições. Essa estabilida<strong>de</strong> é intrínseca <strong>de</strong> cada óxido e medida,<br />

quantitativamente, pela energia livre <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>stes compostos (∆G°), em função<br />

da temperatura. Quanto mais negativo é o valor <strong>de</strong>ssa variável termodinâmica (∆G°),<br />

maior é a estabilida<strong>de</strong> do óxido em relação aos elementos que o formam.<br />

A Figura 33 mostra um diagrama <strong>de</strong> variação <strong>de</strong> ∆G o com a temperatura, para<br />

importantes óxidos presentes nos processos industriais que envolvem a rota <strong>de</strong><br />

fabricação <strong>de</strong> aço em altos-fornos. Nota-se que cálcio e magnésio formam óxidos <strong>de</strong><br />

elevada estabilida<strong>de</strong>, enquanto que níquel e cobre formam óxidos <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong><br />

relativamente baixa e, ainda, que ferro e cromo po<strong>de</strong>m ser chamados <strong>de</strong><br />

intermediários, com relação à estabilida<strong>de</strong> dos óxidos que formam. Outra observação<br />

importante a ser ressaltada na Figura 33, refere-se à inclinação das curvas, representada<br />

por (d(∆Gº)/dT) = –∆Sº. Neste caso, ∆Sº é a entropia <strong>de</strong> formação do óxido. De fato,<br />

quando metais reagem com um gás para formar um óxido, o <strong>de</strong>saparecimento da fase<br />

gasosa resulta em um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo da entropia do sistema, tornando positiva a<br />

inclinação das curvas.

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