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Tratamento de Minérios

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400 Química <strong>de</strong> Superfície na Flotação CETEM<br />

Em comparação com o interior do cristal, aqueles da camada mais externa<br />

apresentam forte tendência <strong>de</strong> interação com outras espécies químicas normalmente<br />

presentes na polpa. Esta interação é a causa principal dos fenômenos <strong>de</strong> adsorção que<br />

ocorrem na interface mineral-água. Estes fenômenos po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> natureza química,<br />

ocasionando a formação <strong>de</strong> novos compostos na superfície do mineral. Em outras<br />

situações, forças <strong>de</strong> origem física, eletrostáticas, por exemplo, são predominantes. As<br />

proprieda<strong>de</strong>s elétricas das interfaces são estudadas com auxílio do mo<strong>de</strong>lo da dupla<br />

camada elétrica-DCE.<br />

As diversas ferramentas disponíveis nessa área <strong>de</strong> estudo po<strong>de</strong>m explicar a ação<br />

<strong>de</strong> surfatantes em alguns sistemas minerais bem como projetar reagentes capazes <strong>de</strong><br />

fornecer maior efetivida<strong>de</strong> ao aproveitamento <strong>de</strong> minerais valiosos. A estreita<br />

colaboração entre os estudiosos dos fundamentos e os que se <strong>de</strong>dicam a resolver os<br />

problemas na indústria mineral mais imediato, gerados pela priorida<strong>de</strong> econômica,<br />

po<strong>de</strong> ajudar a vencer com maior rapi<strong>de</strong>z os <strong>de</strong>safios tecnológicos impostos aos<br />

pesquisadores.<br />

TIPO DE LIGAÇÃO QUÍMICA E ESTRUTURA CRISTALINA<br />

As proprieda<strong>de</strong>s dos minerais influenciam e <strong>de</strong>terminam as características das<br />

interfaces sólido-líquido e sólido-gás. As ligações químicas entre as interfaces são uma<br />

consequência direta das ligações existentes <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada fase e da estrutura<br />

eletrônica dos átomos que participam <strong>de</strong>ssas interações. Nesta seção são apresentados<br />

somente alguns aspectos relevantes sobre a estrutura cristalina dos sólidos e do tipo <strong>de</strong><br />

ligação química que os mantêm unidos para a interpretação dos fenômenos <strong>de</strong><br />

superfície que serão mencionados neste capítulo.<br />

A estrutura cristalina e a reativida<strong>de</strong> dos sólidos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da geometria do<br />

arranjo dos átomos constituintes, que por sua vez <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tamanho dos mesmos e<br />

da natureza <strong>de</strong> ligação que os mantêm unidos. Há três tipos principais <strong>de</strong> ligação<br />

interatômica:<br />

covalente - entre átomos on<strong>de</strong> os elétrons são compartilhados entre os núcleos (ligação<br />

forte e orientada);<br />

iônica - entre átomos os quais um aceita elétron e outro doa elétron (ligação forte e<br />

não-orientada);<br />

metálica - entre átomos doadores <strong>de</strong> elétrons (ligação forte, não- orientada).<br />

Além disso, existe uma ligação fraca, que mantém as moléculas unidas, mesmo<br />

quando as suas ligações primárias entre os átomos (mencionadas acima) estão<br />

completamente saturadas, <strong>de</strong>nominada ligação residual (forças <strong>de</strong> van <strong>de</strong>r Waals). Ela<br />

manisfesta-se na coesão das moléculas presentes nos líquidos ou em cristais. As<br />

características das ligações mencionadas foram <strong>de</strong>scritas por Gaudin et al., (1957).

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