09.12.2017 Views

Tratamento de Minérios

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

134 Caracterização Tecnológica <strong>de</strong> <strong>Minérios</strong> – Parte II CETEM<br />

Após separação <strong>de</strong> uma alíquota da amostra <strong>de</strong> cabeça, para análise <strong>de</strong> ouro total,<br />

proce<strong>de</strong>-se à classificação da amostra. O número <strong>de</strong> peneiras, e sua abertura,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das características do minério, das exigências quanto à precisão das análises,<br />

e do tempo e recursos disponíveis. De uma forma generalizada, a amostra <strong>de</strong> cabeça já<br />

estaria mais fina do que 2,0 mm ou menos, e são usadas, por exemplo, peneiras <strong>de</strong> 210,<br />

74 e 37 µm (65, 200 e 400 malhas), gerando quatro frações. De uma forma<br />

grosseiramente aproximada, estas faixas <strong>de</strong> tamanho po<strong>de</strong>riam ser relacionadas a<br />

limites nos processos gravíticos e na flotação. É conveniente que se processe pelo<br />

menos 300 g <strong>de</strong> cada uma das frações, para manter representativida<strong>de</strong> das amostras.<br />

De cada uma das frações retira-se uma alíquota para análise <strong>de</strong> ouro total, e proce<strong>de</strong>-se<br />

à sua amalgamação com mercúrio, em condições padronizadas. Após amalgamação, o<br />

mercúrio amalgamado é separado do minério com uso <strong>de</strong> batéia, elutriador, mesa ou<br />

outro método disponível. Me<strong>de</strong>-se o teor <strong>de</strong> ouro assim recuperado, por análise química<br />

após abertura do amálgana, ou pela dissolução seletiva e pesagem direta do ouro<br />

insolúvel. Este ouro, chamado <strong>de</strong> amalgamável, correspon<strong>de</strong> ao ouro livre (portanto na<br />

forma metálica ou como ligas) e liberado. O restante da amostra <strong>de</strong> cada fração, após<br />

separação do amálgama, é submetido a uma lixiviação rigorosa com cianeto, em<br />

condição padrão. Após lixiviação, o ouro cianetável medido na solução <strong>de</strong> cianeto, e<br />

quantificado por análise química, correspon<strong>de</strong> a ouro livre, mas não liberado, embora<br />

exposto ao reagente. Por fim, o resíduo da cianetação é também analisado para ouro<br />

total, <strong>de</strong>terminando-se assim o ouro refratário, ouro ocluso no retículo cristalino <strong>de</strong><br />

sulfetos, ou ouro fino e não liberado nem exposto.<br />

Em termos tecnológicos, o ouro amalgamável po<strong>de</strong> ser recuperado por processos<br />

gravíticos, e provavelmente também por flotação, se não houver problemas com a sua<br />

superfície (coatings ferruginosos, por exemplo). A cianetação <strong>de</strong>ve recuperar a soma <strong>de</strong><br />

ouro amalgamável e cianetável. Quanto ao ouro refratário, po<strong>de</strong> ser possível recuperálo<br />

com uma moagem mais fina, permitindo melhor liberação ou exposição do metal ao<br />

reagente. No entanto, se a caracterização mineralógica indicar minerais que admitem<br />

ouro no retículo cristalino, a opção tecnológica po<strong>de</strong> ser mais complexa. Uma boa noção<br />

advém do comportamento do ouro com o <strong>de</strong>créscimo da faixa <strong>de</strong> tamanho, e se os<br />

percentuais <strong>de</strong> ouro amalgamável e/ou ouro cianetável aumentam à custas do ouro<br />

refratário com a diminuição do tamanho, há um boa chance <strong>de</strong> se tratar<br />

prioritariamente <strong>de</strong> um problema <strong>de</strong> liberação física.<br />

Um exemplo <strong>de</strong> ensaio <strong>de</strong>ste tipo está na Tabela 11. Trata-se <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> um<br />

minério <strong>de</strong> alto teor, com composições mineralógicas similares, on<strong>de</strong> a amostra 1 está<br />

totalmente oxidada, e traços <strong>de</strong> sulfetos e sulfossais po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>tectados na<br />

amostra 2.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!