Untitled - Grumo
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grumo / número 01 / marzo 2003<br />
Tamara Kamenszain - Exilio Traducción: Carlito Azevedo<br />
Cuatro consonantes se pegan<br />
al remitente pringoso<br />
de una postal. Calcomanía<br />
comprada en el mercado de San Ángel<br />
el sobre que huele a maíz dice<br />
Familia Kamenszain<br />
y adentro los quiero, los extraño, me quedo por aquí<br />
no visité sinagogas ni visité cementerios<br />
me consta la catedral del Zócalo<br />
desde el fondo mismo<br />
de lo que sería creer<br />
por Dios<br />
no hace falta convertirse<br />
para vez azteca<br />
por el monitor del museo<br />
se refractan nuestros cráneos dorados<br />
contra los vidrios de Inmigración<br />
"gente de la calle" buscando bares abiertos<br />
hueros del D.F. los que allá<br />
éramos morochos gringos de California los que allá<br />
fuimos rubios.<br />
México es lo que se dice<br />
una postal<br />
en la mirada muralista de cada parroquiano<br />
un poema del primer Girondo<br />
Quatro consoantes se colam<br />
ao remetente grudento<br />
de um cartão-postal. Decalque<br />
comprado no mercado San Angel<br />
o envelope que cheira a milho diz<br />
Família Kamenszain<br />
e lá dentro queridos, saudades, fico por aqui<br />
não visitei sinagogas nem visitei cemitérios<br />
constato a catedral do Zócalo<br />
do fundo mesmo<br />
do que seria crer<br />
por Deus<br />
não é preciso converter-se<br />
para ver azteca<br />
pelo monitor do museu<br />
refractam-se nossos crânios dourados<br />
contra os vidros da Imigração<br />
"gente da rua" buscando bares abertos<br />
goros do D.F. os que ali éramos<br />
morenos gringos da Califórnia os que ali<br />
fomos louros.<br />
México é o que se diz<br />
um cartão-postal<br />
no olhar muralista de cada paroquiano<br />
um poema do primeiro Girondo<br />
P o e s í a<br />
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