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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
- Suponho que sim. Eu não precisava de um para não trabalhar.<br />
- Que mesmo aos dezoito anos você tinha delineado como o seu rumo futuro?<br />
- Conscientemente não, mas subconscientemente sim.<br />
- Então e aprender <strong>só</strong> pelo prazer? Para a excitação intelectual? Eu estava a ficar<br />
desesperado.<br />
- Nada lhe interessa?<br />
- Interessam-me muitas coisas, mas nunca mais do que um mês. Depois de desistir da<br />
faculdade, experimentei <strong>uma</strong> série de empregos: imobiliária, banca, vendedor da Porsche,<br />
artigos desportivos. Nenhum deles deu em nada.<br />
- Como é que os seus pais se sentiam em relação a isso?<br />
- Não estou certo de que soubessem. Com certeza não se importavam. Veja bem, na altura<br />
em que fiz vinte e um anos, o meu fundo de poupança começou a entrar. Mil dólares por<br />
ano, o suficiente para me desenrascar. Arrendei <strong>uma</strong> casa em Malibu e dediquei-me ao<br />
meu único interesse duradouro: a minha obsessão «desde-os-quinze-anos».<br />
- Que é?<br />
- Raparigas. Mulheres. A forma feminina, a carne feminina. - Ele sorriu. - Como digo, a<br />
partir dos quinze anos, <strong>uma</strong> obsessão.<br />
- Portanto, teve casos, romances...<br />
- Absolutamente. E encontros de <strong>uma</strong> noite, frivolidades passageiras. É <strong>só</strong> dizer. Nunca<br />
paguei para ter sexo, pelo menos no sentido de contratar prostitutas ou acompanhantes,<br />
mas as minhas miúdas também era dispendiosas. Os jantares mais requintados, <strong>uma</strong><br />
bugiganga ou um ornamento para as miúdas fabulosas - no mínimo dos mínimos, <strong>uma</strong><br />
viagem de limusina no regresso a casa.<br />
- Quantas eram?<br />
- Centenas.<br />
- E quanto tempo duraram as relações sérias?<br />
- A minha habitual capacidade de concentração: menos de um mês.<br />
- Mas a sua mulher...<br />
- A Lauren. Ela foi, é claro, <strong>uma</strong> das fabulosas, senão não teria casado com ela.<br />
- Estão casados há quanto tempo?<br />
- Vinte e seis anos.<br />
- Parece que ultrapassou em muito a sua capacidade de concentração.<br />
- Nem por isso. Estamos casados há muito tempo, é verdade, mas ambos perdemos o<br />
interesse rapidamente. Connosco é mais <strong>uma</strong> espécie de compromisso de negócios.<br />
A minha mente estremeceu.<br />
- Para iludir...<br />
- Nunca! Por quem me toma? Não. O meu negócio e o da Lauren é sermos ricos. Com a<br />
combinação dos nossos recursos podemos comprar tudo o que quisermos. Tudo.<br />
- Dê-me um exemplo.<br />
- Bem... Madagáscar.<br />
- Você comprou Madagáscar? Ele riu-se.<br />
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