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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

professores soubessem que era ela a artista. A perspectiva de ganhar um prémio ou<br />

alcançar o reconhecimento geral enchia-a de pavor. O sucesso público, ela sabia, iria<br />

precipitar um ataque de pânico.<br />

A sua história não continha nenh<strong>uma</strong> explicação para estas reacções na sua vida actual.<br />

Contudo, eu estava intrigado com os sonhos dela e sugeri que olhássemos primeiro para o<br />

seu futuro para mais informação ou clarificação. Ela concordou. Enquanto ela estava num<br />

estado de transe descontraído, eu conduzi-a em frente no tempo para descobrir o que ia<br />

acontecer ao projecto habitacional.<br />

Ela observou vários cenários futuros a desdobrarem-se. Num deles, não havia nenhum<br />

projecto. Ela trabalhava n<strong>uma</strong> modesta empresa de arquitectura, a fazer esboços das ideias<br />

dos outros. Num segundo cenário, um projecto habitacional estava completo e incorporava<br />

apenas alg<strong>uma</strong>s das suas ideias. Era imperfeito, não era o que tinha idealizado. Conseguia<br />

ver a placa no átrio principal. O seu nome não estava lá.<br />

O terceiro cenário - triunfo! O desenho do complexo era inteiramente seu. O seu nome<br />

vinha em primeiro lugar nos projectos de arquitectura e na placa. No entanto, quando ela o<br />

relatou, não parecia feliz. (Havia vários outros cenários possíveis, mas não tão distintos<br />

como estes três.)<br />

- É o medo - disse ela quando a trouxe de volta. - O medo do reconhecimento, o medo do<br />

sucesso. Percebo que posso ir por qualquer um dos caminhos, mas o terceiro parece ser o<br />

mais assustador. Eu não quero o meu nome naquela placa.<br />

Na verdade, a placa não era um sinal de ego; era um símbolo que representava a ausência<br />

de medos e dos seus ataques de pânico. O seu nome não constaria dela enquanto ela<br />

tivesse medo. Eu sabia que tínhamos de procurar no seu passado para que a cura tivesse<br />

lugar.<br />

Na sua primeira regressão, Anne era um rapaz de um antigo povo de cavaleiros na Ásia<br />

Central. O chefe da sua aldeia nómada tinha um filho que era dois anos mais velho do que<br />

Anne, mas não possuía a mestria de Anne na equitação, no arco e flecha, ou com um<br />

sabre.<br />

- Ele não gosta de mim - relatou simplesmente Anne.<br />

O outro rapaz estava a ser preparado para ser o sucessor do seu pai, e o velho chefe ficava<br />

enfurecido ao ver o seu filho constante-mente suplantado. Anne não se lembrava dos<br />

efeitos do seu sucesso, no entanto, o filho do chefe era cada vez mais humilhado pelas<br />

vitórias da Anne.<br />

- Houve um concurso de equitação para todos os rapazes da aldeia - disse a Anne. - Eu<br />

estava determinada a vencê-lo, e venci. Toda a aldeia, mulheres e homens, me felicitou<br />

pelo meu feito. Bebi de mais e deitei-me num campo fora da aldeia para dormir. O filho do<br />

chefe apareceu de mansinho e abriu-me a garganta. Eu não morri depressa. Vi o meu<br />

sangue vermelho como vinho tinto a sair.<br />

Na nossa conversa depois de eu a ter trazido de volta, Anne disse-me que não se tinha<br />

apercebido do perigo mortal que os seus sucessos criavam.<br />

- É claro! - exclamou. - Agora sentada aqui consigo é mais fácil relacionar o sucesso<br />

exterior com grandes danos físicos. Não admira que tenha medo.<br />

Ela conseguiu ver o padrão do sucesso a criar perigo num feixe de imagens<br />

caleidoscópicas de vidas passadas durante a sua regressão seguinte. N<strong>uma</strong> delas, era um<br />

músico talentoso, um homem arruinado pelo seu rival, que roubou a música de Anne e para<br />

a apresentar como sua. Noutra, era <strong>uma</strong> rapariga num reino do Próximo Oriente há cerca<br />

de dois mil anos. Os rapazes da classe alta da sua idade aprendiam segredos e rituais<br />

arcanos proibidos a raparigas, mas Anne espiava as aulas de acesso restrito e aprendia o<br />

que eles faziam. Um dia, ao ser gozada pelos rapazes, ela deixou escapar um dos<br />

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