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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

Ele estava a falar de salvar vidas impedindo a violência, mas quereria ele dizer que os<br />

desastres naturais podiam ser impedidos através da utilização da vontade h<strong>uma</strong>na? Eu não<br />

estava certo, e David, quando regressou ao presente, também não sabia. Talvez<br />

regressões futuras o ajudassem a explicar.<br />

Antes de partir nesse dia, David viu de relance alg<strong>uma</strong>s cenas de <strong>uma</strong> vida passada na<br />

China há muitos séculos (não conseguiu apontar o ano). Assim que chegou a essa vida, o<br />

seu corpo começou a tremer e eu perguntei-lhe se queria regressar.<br />

- Não - disse ele rapidamente. - Não estou assustado nem doente. Além disso, estou <strong>só</strong> a<br />

observar. Sou um rapaz de onze anos.<br />

O meu corpo está a tremer porque o chão está a tremer. É um tremor de terra. A minha<br />

família é rica e eles construíram a casa mais resistente possível. Mas não consegue<br />

aguentar-se contra a força da natureza. As paredes estão a desmoronar-se. Eu oiço os<br />

gritos dos meus pais, do meu irmão e da minha irmã. Frenético, corro para ajudá-los, mas é<br />

tarde de mais. A minha irmã mais nova já quase não está viva, e eu seguro-a nos braços<br />

até ela morrer. Corro para outro quarto. Não serve de nada. As paredes desabam e eu<br />

morro com o resto da família.<br />

Quase tão depressa como David entrou naquela vida, saiu dela. Tinha lá ido simplesmente<br />

pelas lições que ela lhe oferecia.<br />

- A minha vida foi curta e feliz - observou quando estava de volta ao presente. - Os edifícios<br />

eram frágeis; não conseguiam resistir aos tremores. Naquela época, a devastação não<br />

podia ter sido evitada, não com o nível de conhecimento ou de consciência de então. Mas<br />

agora temos o conhecimento, e mesmo assim as pessoas morrem. É desesperante.<br />

Continuamos a construir estruturas frágeis em áreas perigosas com pouco planeamento e<br />

preparação. E não estou a falar apenas de países do Terceiro Mundo, estou a falar da<br />

América também! Não é a falta de dinheiro que nos está a impedir, mas a falta de valor<br />

dado à vida h<strong>uma</strong>na. Preferimos sacrificar pessoas a gastarmos o dinheiro que temos.<br />

Medidas simples de segurança podiam evitar dor, sofrimento e até mesmo a morte. Cada<br />

vida é tão importante, tão especial, e no entanto milhares são sacrificadas, geralmente por<br />

ganância. - Outro suspiro. - Quando é que iremos aprender?<br />

Eu não tinha resposta, embora pensasse a mesma coisa há anos. Talvez quando formos<br />

todos tão esclarecidos como David. Talvez quando percebermos que, quando <strong>uma</strong> pessoa<br />

morre, isso é parte do nosso próprio processo de morte. Todas as vidas e almas estão<br />

ligadas.<br />

Quando David voltou para a sua última sessão, visitámos duas vidas passadas adicionais.<br />

Mais <strong>uma</strong> vez o tema das suas regressões anteriores manifestou-se, e ele foi capaz de o<br />

articular: existe um valor supremo em ajudar os outros porque cada vida, cada<br />

manifestação física da viagem da alma, é absolutamente preciosa.<br />

Na primeira vida passada daquele dia, ele era um médico no Império Romano durante o<br />

que lhe pareceu ser um surto da peste. Viu-se a si próprio a enrolar ligaduras à volta das<br />

pernas dos seus pacientes, não por causa das feridas mas porque as ligaduras iriam<br />

enxotar as pulgas que, deduziu ele, vinham de ratazanas infectadas e transmitiam a<br />

hedionda doença aos h<strong>uma</strong>nos. Avisou todas as pessoas para se manterem afastadas das<br />

ratazanas, particularmente das mortas (as pulgas deixavam os cadáveres) e para se<br />

manterem limpas e dentro de casa o máximo de tempo possível. Ele salvou muitas vidas,<br />

mas a epidemia propagou-se nas áreas onde os seus conselhos não eram conhecidos ou<br />

seguidos. Milagrosamente, ele não contraiu a doença e sobreviveu para combater outras<br />

doenças enquanto médico reverenciado e respeitado.<br />

A sua memória seguinte de vida passada estava fortemente ligada tanto à sua vida no<br />

Império Romano como à vida em França, em que era <strong>uma</strong> freira a dar assistência às<br />

vítimas de varíola. Mais <strong>uma</strong> vez, estava na Idade Média, n<strong>uma</strong> época anterior, e mais <strong>uma</strong><br />

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