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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

invocá-la através da meditação e da oração, sempre que precisares, em qualquer<br />

encarnação», instruiu-me directamente a Fonte. «Um coração aberto e caridoso, buscando<br />

um bem mais elevado sem motivos egoístas, sem qualquer sombra de negativismo ou mal,<br />

pode invocar <strong>uma</strong> poderosa energia manifestada de forma a atingir os seus objectivos. Este<br />

é o nosso direito enquanto entidades espirituais. Isto é <strong>uma</strong> essência da nossa<br />

espiritualidade. Isto é a invocação da graça.» Ele abanou a cabeça maravilhado.<br />

- Nunca tive este tipo de pensamentos na minha vida - disse ele. - Não sou religioso. Não<br />

acredito em Deus e não faço a mínima ideia de que parte de mim veio a Fonte. A ideia de<br />

que em tempos fui <strong>uma</strong> freira parece-me absurda.<br />

- Foi <strong>uma</strong> vida que viveu - disse eu. - Certamente <strong>uma</strong> vida importante, <strong>uma</strong> vez que foi até<br />

ela tão rapidamente e foi tão vívida.<br />

- Não pode ter sido <strong>uma</strong> fantasia - concordou ele. - É demasiado remoto de qualquer coisa<br />

que eu tenha imaginado no passado.<br />

- Então acha que é real? Ele levantou <strong>uma</strong> mão.<br />

- Eh lá! Não iria tão longe. Mas digo-lhe <strong>uma</strong> coisa, Dr. Weiss. Foi a experiência mais<br />

incrível e emocionante de que me lembro.<br />

- Talvez a Irmã Eugenie seja a pessoa dentro da sua pele - disse eu. - Talvez ela seja o<br />

David de que anda à procura.<br />

Ele pensou por um momento.<br />

- Teremos de ver, não é?<br />

A sessão estava terminada. Ele ficou parado e depois bateu as mãos.<br />

- O que é que se segue?<br />

Quando regressou dois dias depois, disse-me que a vida passada tinha ficado na sua<br />

cabeça desde o momento em que se fora embora, e que sentiu que tinha passado por <strong>uma</strong><br />

espécie de epifania. Agora estava muito curioso acerca do que «se segue» e atirou-se<br />

literalmente para a cadeira.<br />

Em minutos, foi transportado para 140 anos antes, para a Guerra Civil Americana. Desta<br />

vez, ficou de fora da sua visão, embora a visse claramente. Era um jovem do lado da União,<br />

um soldado de infantaria que passava os dias a marchar ou a combater.<br />

- É batalha atrás de batalha - disse ele. - Cada <strong>uma</strong> pior do que a outra. Tenho medo de<br />

fazer amigos porque tenho a certeza de que vão ser mortos ou feridos. É o que acontece a<br />

todos eles: mutilados ou mortos. Os homens que estamos a combater não são nossos<br />

inimigos, são nossos irmãos. A única razão por que disparamos sobre eles é para que não<br />

disparem sobre nós primeiro. Eu tento salvar o máximo de camaradas que consigo, ajudoos<br />

a encontrarem abrigo ou dou-lhes comida ou água. Faço o mesmo pelos nossos inimigos<br />

quando é possível. - Baixou os olhos como se estivesse a tentar não ver. - É tudo tão sem<br />

sentido e triste. É impossível distinguir a vitória da derrota. Irmão a matar irmão de forma<br />

interminável. Por causa de quê? Um acre? Uma nascente? Uma ideia?<br />

Ele parecia subitamente triste e velho.<br />

- Eu também não sobrevivi à guerra. Desisti e deixei-me matar ao entrar na batalha saído<br />

de trás de <strong>uma</strong> árvore. Não tinha energia para lutar nem estômago para continuar a matar.<br />

Foi <strong>uma</strong> espécie de suicídio assistido. - Suspirou com resignação. - Guerras, epidemias,<br />

tremores de terra - todos os desastres da natureza ou do homem. Calamidades que matam<br />

centenas ou centenas de milhares; o custo é incalculável. - O seu tom tornou-se<br />

confidencial. - Alg<strong>uma</strong>s, que parecem inevitáveis, não o são na realidade. Podem ser<br />

mitigadas pela nossa própria tomada de consciência, pelos nossos pensamentos e<br />

intenções colectivos. As outras, que parecem evitáveis, apenas necessitam da vontade para<br />

as impedir.<br />

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