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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
progressões até ao futuro distante, a períodos de tempo distintos: daqui a cem anos,<br />
quinhentos anos, mil anos ou mais. Quero ver se existe conformidade nas visões, porque,<br />
se elas coincidirem, há grandes probabilidades de existir verdade nelas, de que o mundo<br />
venha a ser em grande parte como eles prevêem. As minhas experiências ainda são<br />
recentes, mas encontrei tantas semelhanças impressionantes em 90 % delas que cada vez<br />
mais acredito que existe <strong>uma</strong> excelente probabilidade, que nos espera um mundo glorioso.<br />
Eu utilizo as progressões individuais para terapia. Como frisei, fi-lo apenas recentemente e<br />
com alg<strong>uma</strong> relutância, porque estava interessado na profecia que se cumpria a si mesma<br />
do paciente instável. Ainda assim, alguns dos meus pacientes iam espontaneamente ao<br />
futuro e tiravam vantagens disso, e eu comecei a utilizar a técnica, conduzindo os pacientes<br />
até próximo das suas mortes, sem deixar que a vissem realmente. Se virmos o fim das<br />
nossas vidas, talvez haja mais três ou quatro degraus que possamos subir agora, mais<br />
escolhas por que optarmos, à medida que prosseguimos até à próxima vida. (Alg<strong>uma</strong>s<br />
pessoas ignoraram a minha sugestão terapêutica e foram mesmo até às suas mortes, mas<br />
foram suficientemente fortes para lidar com isso; aqueles que não eram fortes, não o<br />
fizeram, invariavelmente.)<br />
Descobri que as pessoas tomavam decisões mais sensatas e faziam melhores escolhas<br />
quando viam o futuro. Olhavam para os entroncamentos na estrada e diziam: «Se eu<br />
seguisse este caminho, este caminho, este caminho ou este caminho, quais seriam as<br />
diferenças?» Quando fazemos escolhas no presente, estamos constante-mente a mudar os<br />
nossos futuros. Mas, acima de tudo, na infinidade de futuros que se nos deparam, existe um<br />
ou mais futuros prováveis, e talvez tenhamos 5 % de hipóteses de irmos por este caminho,<br />
10% de hipóteses de irmos por outro e apenas 0,0001% de hipóteses de um terceiro. É um<br />
sistema de probabilidades e possibilidades que estamos constantemente a alterar. Lembrese<br />
de que todos os nossos futuros individuais fazem parte de um arco universal; quando<br />
essa miríade de futuros individuais coalescer com o espírito mais alto no futuro distante,<br />
atingiremos a nossa meta.<br />
Por agora, são as escolhas que interessam. John, por exemplo, viu um entroncamento na<br />
estrada que determinou <strong>uma</strong> vida presente compassiva, estrondosamente diferente daquela<br />
que estava a levar. Evelyn viu um futuro onde o seu ódio profundamente cimentado já não<br />
existia, e ela foi capaz de iniciar o seu caminho para esse estado no presente. Quando<br />
vemos o futuro, isso não significa que sejamos forçados a entrar nele - daí os<br />
entroncamentos em tantos exemplos. Ainda existem escolhas, e não é tarde de mais para<br />
as fazermos.<br />
Tanto no caso de John como no de Evelyn, e nos outros que já descrevi, nós regredimos<br />
antes de irmos em frente. Ir em frente sem voltar atrás foi essencial na terapia de Gary, no<br />
entanto, porque ele veio ter comigo em crise. Na noite antes do seu telefonema, ele tinha<br />
tido um sonho em que se via a apontar <strong>uma</strong> arma à própria cabeça, com o dedo a premir<br />
lentamente o gatilho. Parecia adequado, disse-me ele quando o descreveu depois de eu ter<br />
ouvido a sua história. A morte significaria o fim do desespero.<br />
Gary era um homem de quarenta anos fisicamente saudável, cujo negócio de antiguidades<br />
estava prestes a desmoronar-se. Devido ao sucesso do Antiques Roadshow na televisão,<br />
ele deduziu que <strong>uma</strong> ânsia por prata cara, quadros e mobiliário antigo iria varrer o país, por<br />
isso adquiriu mais mercadoria até um ponto em que teve de arrendar mais um armazém<br />
para a guardar. Mas ou porque o seu gosto era fraco ou porque ele tinha sobreavaliado o<br />
mercado, atraiu poucos compradores adicionais. Deste modo, não conseguiu pagar os<br />
empréstimos que tinha contraído para comprar a mercadoria. O seu <strong>só</strong>cio processou-o por<br />
má gestão de fundos. Ele teve de despedir o seu pessoal. Os seus filhos, gémeos, estavam<br />
prestes a entrar para a faculdade e ele não podia pagar as suas propinas. A sua adorada<br />
mulher, Constance, tinha acabado de ser diagnosticada com esclerose múltipla. Um<br />
advogado sugeriu que ele se candidatasse à bancarrota, mas para Gary a ideia era<br />
inconcebível.<br />
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