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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

diferente? Como é que elas mudaram enquanto você próprio mudou? Como é que estas<br />

mudanças o vão levar a modificar a sua relação com elas de <strong>uma</strong> forma mais positiva,<br />

compreensiva e carinhosa? Como é que elas irão facilitar mais mudanças?<br />

Nós somos todos obras em curso, movimentando-nos a velocidades diferentes ao longo<br />

dos nossos caminhos espirituais. Mas todos os dias devíamos fazer <strong>uma</strong> pausa para<br />

envolver a mente criativa nos conceitos fulcrais que podem moldar-nos enquanto h<strong>uma</strong>nos<br />

desejosos de ascender em direcção ao Uno: amor, alegria, paz e Deus.<br />

A contemplação e a meditação não são fáceis, porque, quanto mais longe for interiormente,<br />

mais profundamente sentido será o seu entendimento, e ir fundo requer cavar através de<br />

camadas de defesas. Estamos tão disciplinados no sentido de pensar e analisar que as<br />

tentativas para limpar ou esvaziar a mente desafiam a nossa formação. Todavia, a análise é<br />

contrária à contemplação e à meditação, e nós temos de largá-la quando começamos a<br />

explorar. Não é suficiente dizer a si mesmo: «Estou a livrar a minha mente de todas as<br />

coisas excepto da noção de bondade caridosa» ou, indo mais longe, «Estou a livrar a minha<br />

mente de todos os pensamentos e estou consciente de nada e de tudo ao mesmo tempo».<br />

Em ambos os casos, vai dar consigo distraído pelo mundo exterior. Pode ser capaz de<br />

pensar sobre a bondade caridosa por momentos, mas aposto que em breve irá lembrar-se<br />

de <strong>uma</strong> época em que não foi bom ou em que alguém não foi bom consigo, e daí pode vir o<br />

pensamento: «Meu Deus! Hoje a minha mãe faz anos e eu esqueci-me de lhe telefonar», ou<br />

outra qualquer ideia que o sacuda de volta para os assuntos do dia-a-dia. E se tentar limpar<br />

completamente a sua mente, quase de certeza que vai dar por ela a encher-se de<br />

distracções mundanas: <strong>uma</strong> comichão no nariz, ou <strong>uma</strong> mosca no seu quarto, ou a<br />

sensação de que se ficar sentado muito mais tempo vai perder a reposição do Seinfeld.<br />

Esta discussão é principalmente sobre meditação, mas muito do que se segue é também<br />

aplicável à contemplação.<br />

A meditação acalma o ruído que normalmente enche as nossas mentes, e a calma<br />

resultante permite-nos observar sem julgar, atingir um nível mais elevado de distanciamento<br />

e, eventualmente, tornarmo-nos cientes de um estado mais elevado de consciência.<br />

Um exercício simples pode mostrar como é difícil manter a sua mente desprovida de<br />

pensamentos, sentimentos, listas de coisas para fazer, desconfortos físicos, preocupações<br />

do dia-a-dia, preocupações domésticas ou profissionais.<br />

Depois de ler este parágrafo, feche os olhos durante um minuto ou dois. (Sugiro que se<br />

sente n<strong>uma</strong> cadeira preferida ou n<strong>uma</strong> almofada confortável ou na cama. Esteja o mais<br />

confortável possível.) Respire fundo alg<strong>uma</strong>s vezes, expulsando todas as pressões e<br />

tensões que transporta no seu corpo. Tente manter a sua mente calma e não pense em<br />

nada, nem sequer em lindos pores-do-sol ou mares calmos. O objectivo é acalmar o seu<br />

cérebro esquerdo, a parte que pensa e analisa. Preparado? Comece agora.<br />

Não funcionou, pois não?<br />

Provavelmente, experimentou vários momentos de relaxamento e prazer, mas depois deve<br />

ter pensado como devia parecer tolo de olhos fechados com um livro na mão. E depois<br />

talvez tenha pensado num relatório: deve estabelecer um prazo limite para ele? Ou<br />

esqueceu-se do molho de hortelã para a perna de borrego que vai servir aos seus<br />

convidados esta noite? As pressões do mundo de hoje parecem intrometer-se<br />

constantemente nas nossas vidas diárias, e num ambiente artificialmente criado - em<br />

solidão, num quarto escurecido e silencioso - parecem esmurrar-nos. Debaixo desta<br />

barreira de pressão, o corpo físico parece funcionar a um nível elevado de alerta - a<br />

chamada reacção de luta ou fuga -, desencadeando <strong>uma</strong> série de reacções psicológicas.<br />

Pode até sentir medo, pensando que o silêncio é de certa forma ameaçador. (<strong>Muitos</strong> de nós<br />

ligamos o rádio ou a televisão assim que chegamos a casa, muitas vezes para afastar o<br />

pavor do assalto de pensamentos ou recordações.) Então há quanto tempo é que está<br />

sentado quieto? Cinco minutos? Parece ser um bom começo, diz você a si mesmo, embora<br />

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