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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

9 – Patrick: Segurança<br />

OUVIMOS A PALAVRA segurança todos os dias. Segurança financeira, Segurança Social,<br />

segurança nacional - todas elas são importantes. Mas aqui estamos a discutir <strong>uma</strong><br />

segurança mais profunda, a segurança do ser: segurança emocional, segurança psíquica,<br />

segurança que nos permite interagir totalmente com as nossas famílias, os nossos<br />

amantes, os nossos amigos, a nossa sociedade, a nossa civilização.<br />

Ela tem origem no amor-próprio, na compreensão de si mesmo enquanto alma e na noção<br />

de ter estado presente em vidas passadas e de vir a existir em vidas futuras ao longo de<br />

todo o tempo. A verdadeira segurança vem do conhecimento de que você é imortal, de que<br />

é eterno e de que nunca poderá ser magoado.<br />

Já tratei pessoas muito abastadas que são infelizes e não têm nenh<strong>uma</strong> sensação de<br />

segurança, apesar de o seu conforto material ser assegurado ao longo das suas vidas<br />

presentes. A segurança não vem das posses. Não pode levar os seus bens materiais para a<br />

vida seguinte, mas pode levar os seus feitos, as suas acções e o seu crescimento - aquilo<br />

que aprendeu e a forma como está a progredir como um ser h<strong>uma</strong>no espiritual. Também é<br />

possível que possa levar alguns dos seus talentos. Eu tenho a ideia de que Mozart foi um<br />

músico bem-sucedido n<strong>uma</strong> vida anterior, o que explica a sua precocidade enquanto<br />

criança no século XVIII.<br />

A segurança e a auto-estima estão interligadas, e a auto-estima às vezes é difícil de<br />

alcançar, embora sem ela o amor-próprio não seja possível. <strong>Muitos</strong> de nós incorporamos o<br />

conceito ensinado (geralmente de forma inconsciente) pelos nossos pais, professores,<br />

amigos ou comunidades de que somos de algum modo deficientes, não somos perfeitos. Se<br />

conseguirmos libertar-nos dos aspectos negativos, conseguimos ganhar amor-próprio. As<br />

tradições religiosas que dizem «ame o próximo» fogem à questão. O amor-próprio é a base<br />

do amor pelos outros. É aí que começa a verdadeira caridade. Quando se ama a si próprio,<br />

o amor transborda; quando não se ama a si próprio, a sua energia irá focar-se consciente<br />

ou inconscientemente em encontrá-lo, e não vai ter tempo para mais ninguém. O amorpróprio<br />

não é egoísta; é auto-estima saudável. O egocêntrico, o arrogante, o vaidoso, a diva<br />

e o vendedor - aqueles que passam por ter amor-próprio de forma a venderem-se a si<br />

mesmos ou aos seus produtos — são muitas vezes inseguros de coração. O homem que<br />

em tempos considerei como a pessoa mais equilibrada que conhecia, um modelo de<br />

autoconfiança e de autopromoção, disse-me num momento de confidência mútua que<br />

jogava um jogo chamado «finta o autocarro», o que significava que ele ficava n<strong>uma</strong> esquina<br />

perigosa e tentava ver a que distância conseguia ficar de ser atingido.<br />

- Então e se o matassem? - perguntei, estupefacto.<br />

— O mundo livrava-se de <strong>uma</strong> coisa inútil — respondeu ele.<br />

O verdadeiro amor-próprio não precisa de ser difundido ou apresentado em público. É um<br />

estado interior, um sentimento, <strong>uma</strong> força, <strong>uma</strong> felicidade; é segurança. Lembre-se, as<br />

almas fazem parte do Uno, que é o amor. Todos nós temos almas. Somos sempre amados.<br />

Podemos sempre amar de volta.<br />

Quando Patrick entrou no meu consultório pela primeira vez, parecia um adolescente<br />

desmazelado - cabelo desgrenhado, barba rala, calças de ganga e blusão Marlins a<br />

precisarem de lavagem, ténis Adidas desapertados e unhas sujas -, mas na verdade tinha<br />

trinta e um anos. Um jovem cadavericamente magro de olhos baços que desviava e um<br />

aperto de mão fraco, este era um homem cuja auto-estima era a mais baixa que alg<strong>uma</strong> vez<br />

tinha encontrado em alguém.<br />

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