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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

matara; enquanto Evelyn, a recordar, ela estava em agonia.<br />

Descobri que a maneira mais segura de se reencarnar num determinado grupo de pessoas,<br />

definido pela religião, raça, nacionalidade ou cultura, é odiar-se essas pessoas n<strong>uma</strong> vida<br />

anterior, ser-se preconceituoso ou violento contra esse grupo. Não me surpreendeu que<br />

Evelyn tenha sido um nazi. A sua radical postura pró-Israel nesta vida era <strong>uma</strong><br />

compensação pelo seu anti-semitismo na sua vida alemã. Mas ela compensou de mais. O<br />

ódio que tinha sentido pelos judeus tinha-se transformado num ódio igual por árabes. Não<br />

admira que se sentisse ansiosa, frustrada e deprimida. Não tinha ido muito longe na sua<br />

viagem em direcção à saúde.<br />

Evelyn foi para outra parte da sua vida alemã. O exército aliado tinha entrado na Polónia e<br />

ela tinha sido morta na frente de combate durante <strong>uma</strong> batalha violenta. Na sua<br />

recapitulação da vida, depois da morte nessa vida, ela sentiu remorso e <strong>uma</strong> enorme culpa,<br />

mas a regressão tinha sido necessária para confirmar que ela tinha aprendido a sua lição e<br />

para compensar aqueles que tinha magoado na sua vida alemã.<br />

Somos todos almas, todos parte do Uno, todos o mesmo, quer sejamos alemães ou judeus,<br />

cristãos ou árabes. Mas, aparentemente, Evelyn não tinha aprendido esta lição. O seu ódio<br />

não tinha desaparecido.<br />

- Quero fazer <strong>uma</strong> experiência - disse-lhe depois de a ter trazido de volta ao presente. -<br />

Está preparada para isso?<br />

Ela concordou avidamente. Pôs-se à vontade; as mãos pararam de se mexer devido à<br />

ansiedade. Olhou para mim expectante.<br />

- Acredito que somos capazes de influenciar as nossas vidas futuras com aquilo que<br />

fazemos nesta - disse eu. - Neste momento, está a influenciar a sua vida futura com a sua<br />

raiva pelos árabes, tal como influenciou a outra com o seu ódio pelos judeus. Agora quero<br />

fazer-lhe <strong>uma</strong> progressão até à sua próxima provável vida, se a sua vida se mantiver no seu<br />

rumo actual e se for a Evelyn inalterada em relação à pessoa que veio pedir-me ajuda.<br />

Coloquei-a num estado profundo de hipnose e direccionei-a para <strong>uma</strong> vida futura que<br />

tivesse ligações com a vida do soldado alemão e com o preconceito anti-árabe da sua vida<br />

presente. Os seus olhos estavam fechados, mas era claro que o que estavam a ver era<br />

vívido.<br />

- Sou <strong>uma</strong> rapariga muçulmana. Uma árabe. Uma adolescente. Estou n<strong>uma</strong> cabana feita de<br />

lata, como os beduínos usam. Vivi ali toda a minha vida.<br />

- Onde fica a cabana? - perguntei. Ela franziu o sobrolho.<br />

- Nos territórios palestinianos ou na Jordânia. Não é claro qual dos dois. As fronteiras<br />

mudaram.<br />

- Quando é que mudaram?<br />

- Estão sempre a mudar. Mas tudo o resto está na mesma. A guerra com os judeus<br />

continua. Sempre que há um período de paz, os radicais destroem-no. Quer dizer que<br />

somos pobres. Seremos sempre pobres. - A sua voz endureceu. - A culpa é dos judeus.<br />

Eles são ricos, mas não nos ajudam. Nós somos as suas vítimas.<br />

Pedi-lhe para avançar na sua vida árabe, mas ela morreu pouco depois «de <strong>uma</strong> doença» e<br />

não pôde acrescentar mais nada. Em vez disso, teve um breve relance da vida depois<br />

dessa. Era um homem cristão que vivia na África Oriental, furioso com o rápido crescimento<br />

da população hindu nesta parte do mundo. (É incrível, pensei. O preconceito nunca acaba.)<br />

Na sua recapitulação da vida, ela reconheceu que havia e sempre iria haver pessoas para<br />

odiar, mas agora, finalmente, havia <strong>uma</strong> epifania.<br />

- A compaixão e o amor são os antídotos para o ódio e a raiva, - disse ela, com a voz<br />

maravilhada. - A violência apenas perpetua o sofrimento.<br />

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