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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

- Então porque não desta vez?<br />

- Porque desta vez está morto. Consigo senti-lo. - Paul inspirou profundamente. - As<br />

mulheres minhas amigas tentam animar-me, elas também têm maridos pescadores, mas<br />

não conseguem. Estou a ficar louca de preocupação.<br />

O seu medo era tão palpável que eu perguntei se ele queria ser trazido de volta ao<br />

presente. Ele levantou a mão.<br />

- Espere. Há notícias. - Ele começou a lamuriar-se. - O barco virou-se. Perderam-se todos<br />

os que estavam a bordo. Eu tinha razão. Ele está morto. O meu amor está morto. Não há<br />

vida para mim agora.<br />

A sofredora mulher de Nova Inglaterra afundou-se rapidamente n<strong>uma</strong> depressão. Deixou de<br />

comer, não conseguia dormir e em breve morreu de desgosto. A sua alma deixou o seu<br />

corpo, mas manteve-se em guarda durante muito tempo. Ela morreu <strong>uma</strong> semana antes de<br />

o seu marido regressar à cidade. Tinha sido resgatado com dois dos seus colegas, e tinham<br />

estado todos a recuperar lentamente na casa da viúva de um agricultor, até estarem<br />

suficientemente fortes para conseguirem regressar.<br />

O marido da mulher (de Paul) naquela vida era Alison.<br />

Na recapitulação da vida da mulher de Nova Inglaterra, emergiu um novo tema: a paciência.<br />

Ela viu que, se tivesse esperado e não desesperado - na verdade, se não se tivesse<br />

matado -, teria voltado a reunir-se com o seu marido e sido feliz. Quando trouxe Paul de<br />

volta, ele viu que a paciência era um elemento que faltava nas suas outras vidas também. O<br />

Paul que tinha morrido num acidente de automóvel tinha na verdade voltado a encontrar o<br />

seu amor - aqui, nesta vida, na sua filha. O conhecimento das vidas subsequentes podia têlo<br />

impedido de beber, o motivo do acidente, e ele podia ter tido <strong>uma</strong> vida preenchida nessa<br />

altura enquanto esperava pelo regresso da sua amada. Nesta vida, ele percebeu que se<br />

não se tivesse intrometido na vida de Alison da maneira como o fez, se a tivesse deixado<br />

em paz e permitido que ela amasse livremente, o cancro dela podia não ter sido tão<br />

esmagador. Ela podia ter tido mais energia e mais vontade para o combater. Mesmo agora,<br />

pensou, podia ainda não ser tarde de mais.<br />

A sessão da semana seguinte começou com um relato de progressos. Alison estava a<br />

sentir-se melhor. Os médicos dela estavam esperançados. Todas as diferentes abordagens<br />

- o tratamento tradicional, a abordagem holística, a presença de Phil e a mudança de<br />

atitude de Paul - pareciam estar a dar resultado. Paul contou-me que tinha abraçado Alison<br />

na noite anterior, total e sinceramente, e lhe tinha dito que a amava. Ela tinha reagido<br />

abraçando-o também, dizendo que também o amava, e desatando a chorar. - Mais ainda —<br />

disse ele com um sorriso -, até abracei Phil. Mas não lhe disse que o amava.<br />

Foi um momento de grande importância para ele, e ele atribuiu-o às regressões. Pediu-me<br />

para levá-lo de volta.<br />

Há vários séculos, na cultura antiga da índia, Paul teve <strong>uma</strong> vida como <strong>uma</strong> rapariga de<br />

<strong>uma</strong> casta baixa. Alison era a amiga mais chegada de Paul naquela vida. Embora não<br />

fossem da família, ela era «tão ou mais chegada do que qualquer irmã». As duas eram<br />

dependentes <strong>uma</strong> da outra para a sobrevivência emocional; partilhavam pensamentos e<br />

desejos, alegria e dor. Uma vez que estavam no fundo da escada social, as suas vidas<br />

eram muito duras, mas elas aguentavam ajudando-se <strong>uma</strong> à outra todos os dias.<br />

Então, disse-me Paul com amargura, Alison apaixonou-se. O jovem rapaz, que Paul<br />

reconheceu como sendo a sua própria mulher (a mãe de Alison) nesta vida, era de <strong>uma</strong><br />

casta mais alta; mesmo assim, tiveram um caso. Paul avisou Alison acerca das terríveis<br />

consequências se eles fossem apanhados juntos. Alison disse que a sua «irmã» estava<br />

apenas com ciúmes e foi passear-se pela aldeia a gabar-se do amor do jovem por ela. A<br />

família do rapaz descobriu e Alison foi assassinada pelo pai dele por ter desgraçado a sua<br />

casta. A perda deixou Paul de rastos; permaneceu amargo, pesaroso e zangado para o<br />

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