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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

suas próprias metas, a sua própria felicidade por um bem «mais elevado». E, com efeito, o<br />

sacrifício matou-a, tal como estava a matá-la agora.<br />

A mãe de Chitra também tinha <strong>uma</strong> memória de vida passada, embora nunca tivesse vindo<br />

ao meu consultório. Entusiasmada com o trabalho que estávamos a fazer, Chitra levou para<br />

casa os meus CDs de regressão e estava a praticar em casa, tal como eu incito todos os<br />

meus pacientes a fazerem. A sua mãe, ao ouvir, viu-se a si própria como <strong>uma</strong> jovem esposa<br />

indiana há três séculos. Nessa vida, Chitra era o profundamente amado marido da mãe, o<br />

foco da sua existência. Mas ele morreu cedo, provavelmente do veneno de <strong>uma</strong> dentada de<br />

cobra. Quando a mãe de Chitra regressou ao presente, compreendeu que se tinha agarrado<br />

a Chitra, a sua filha, e explicou-o como <strong>uma</strong> reacção à sua perda séculos antes. A<br />

dependência e superprotecção da sua mãe, Chitra percebia-o agora, tinha raízes não nesta<br />

vida, mas n<strong>uma</strong> vida diferente, e ela passou a ser capaz de ser mais indulgente.<br />

A sua mãe começou a mudar. Lentamente, já que estava a ultrapassar anos de hábito,<br />

tornou-se menos dependente, menos protectora. Tornou-se mais aberta a passar tempo<br />

com os seus outros filhos e até estava disposta a deixar Chitra começar <strong>uma</strong> vida social,<br />

apesar da possibilidade de isso conduzir a <strong>uma</strong> relação que interferisse com a sua<br />

dependência. Isto, por seu turno, levou a <strong>uma</strong> melhoria da atitude de Chitra. Pela primeira<br />

vez, ela podia olhar em frente sem medo, e deixou-me conduzi-la até ao futuro.<br />

Chitra passou por aquilo que considerei serem três vidas futuras durante <strong>uma</strong> única<br />

progressão. Na primeira, ela viu-se a si própria como a mãe e principal fonte de carinho de<br />

<strong>uma</strong> criança pequena com graves carências musculares, de ossos e neurológicas. A<br />

dinâmica familiar exigia que Chitra gastasse a maior parte do seu tempo e energia na<br />

menina com pouco retorno. O seu marido nessa vida tinha-se ido abaixo emocionalmente e<br />

muitas vezes fisicamente; simplesmente não conseguia lidar com a tragédia. Assim, o fluxo<br />

de compaixão, amor e energia parecia-me unidireccional, com Chitra a dar mas nunca a<br />

receber.<br />

N<strong>uma</strong> segunda vida futura, Chitra sofreu ferimentos graves num acidente de viação.<br />

- Não podíamos chamar-lhe propriamente um carro — disse-me ela. - Era mais um cilindro<br />

voador gigante com janelas. Seja como for, a sua programação falhou, e pum, chocou de<br />

frente contra <strong>uma</strong> árvore.<br />

Chitra ficou paralítica e teve de passar por <strong>uma</strong> intensa reabilitação física e psicológica.<br />

- Os níveis técnicos da Medicina são avançados - disse com alg<strong>uma</strong> satisfação -, mas a<br />

regeneração do tecido do meu sistema nervoso, tanto do cérebro como da coluna vertebral,<br />

demorou mais de um ano.<br />

Chitra sorriu.<br />

- O pessoal do hospital foi soberbo, mas a recuperação foi muito difícil. Não sei se teria<br />

conseguido sem o amor da minha família - tenho um marido adorável e dois rapazes e <strong>uma</strong><br />

rapariga - e dos meus amigos. E as flores! As pessoas chamavam ao meu quarto de<br />

hospital o Jardim de Alá.<br />

Aqui, pensei eu, estava o reverso da primeira vida. Mais <strong>uma</strong> vez, a compaixão, o amor e a<br />

energia eram unidireccionais, mas desta vez estavam a ser recebidos.<br />

No seu terceiro futuro, Chitra era <strong>uma</strong> cirurgiã, especializada em ortopedia e neurologia.<br />

- Trabalho com varas ou cristais - explicou ela quando ressalvei como era invulgar ter duas<br />

áreas tão diferentes de especialização. - Eles emitem <strong>uma</strong> luz, <strong>uma</strong> energia, com um<br />

extraordinário efeito curativo, quer para os ossos quer para o cérebro. Além disso,<br />

produzem <strong>uma</strong> energia sonora que contribui para a regeneração de músculos, membros e<br />

ligamentos.<br />

Chitra retirou <strong>uma</strong> enorme satisfação dos resultados do seu conhecimento e capacidades.<br />

Havia também <strong>uma</strong> reacção positiva não <strong>só</strong> dos seus pacientes e suas famílias, mas<br />

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