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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
planeta, e foi por isso que escolhemos este local como destino, o ar aqui é puro e limpo.<br />
Também em todos os outros aspectos, a Terra é muito mais bonita do que o lugar de onde<br />
viemos. Há árvores, erva e água, rios e oceanos, flores, pássaros e peixes de todas as<br />
cores. Estou satisfeito aqui - não, mais do que satisfeito. Mais feliz do que alg<strong>uma</strong> vez<br />
estive. O meu trabalho é supervisionar o armazenamento de artefactos e do conhecimento<br />
escrito, e eu encontrei o lugar ideal: câmaras naturais bem abaixo da superfície da Terra.<br />
Na altura em que os h<strong>uma</strong>nos atingirem um nível em que possam compreender o que<br />
escondemos, eles serão capazes de o encontrar.<br />
Mais tarde, quando tive oportunidade de reflectir sobre o que ele estava a dizer, várias<br />
ideias que eu formara antes de o conhecer pareceram comprovadas. As almas são as<br />
mesmas, acreditava eu, quer venham de diferentes dimensões ou galáxias ou da Terra.<br />
Novas almas chegadas ao nosso mundo entram rapidamente no ciclo da reencarnação e<br />
depois tendem a reencarnar aqui, em parte porque criaram dívidas e obrigações kármicas,<br />
em parte porque a sua missão é ajudar na evolução da raça h<strong>uma</strong>na. As almas podem<br />
entrar em <strong>corpos</strong> terrenos com a mesma facilidade com que entram em qualquer corpo<br />
«alienígena». A alma de Patrick escolheu ficar neste «paraíso» que o seu povo tinha<br />
escolhido para habitar.<br />
Com o meu incitamento, Patrick levou-me mais à frente nesta vida passada.<br />
- Encontrei <strong>uma</strong> falésia onde o oceano encontra o céu, e construí aí <strong>uma</strong> casa de pedra e<br />
madeira. A minha enorme tarefa está completa; os artefactos e documentos estão<br />
guardados em segurança. Sou livre para gozar a beleza à minha volta, para me deleitar no<br />
ar perf<strong>uma</strong>do. Sou considerado sábio, e muitos dos da minha própria raça, bem como<br />
h<strong>uma</strong>nos, vêm pedir-me conselhos, que eu fico feliz por dar. Acabo por morrer, mas há<br />
muito tempo que o meu povo aprendeu a separar as almas dos seus <strong>corpos</strong> físicos no<br />
momento apropriado, para poderem mover-se com facilidade para níveis de consciência<br />
mais elevada. Eu faço isso, mas sou capaz de continuar a comunicar com muitos dos do<br />
meu povo ainda nos seus <strong>corpos</strong> na sua nova casa, o planeta Terra.<br />
De facto, ele parecia flutuar entre dois domínios, dois níveis de consciência.<br />
- A distinção entre Deus e h<strong>uma</strong>nos é mínima - disse ele. - Uma das parcelas de<br />
conhecimento que permanece escondida onde a guardei é a forma de dominar a arte de<br />
separar a consciência do veículo físico. Dentro em breve a vossa cultura também irá<br />
aprender a fazê-lo. Quando isso acontecer, vão descobrir que essa consciência separada<br />
pode assumir outros <strong>corpos</strong> menos «<strong>só</strong>lidos» se o desejar. Dessa posição de vantagem,<br />
pode influenciar outras entidades nas suas formas físicas. Para a entidade receptora, esta<br />
influência parecerá divina, angélica, divinal. Mas é na realidade <strong>uma</strong> forma avançada da<br />
mesma consciência possuída pelo receptor.<br />
Ouvir pensamentos tão profundos de um jovem que à primeira vista parecia inexperiente e<br />
imaturo era emocionante. E o que ele disse a seguir foi, para mim, extraordinário.<br />
- O meu mundo é antigo e o vosso é muito novo, no entanto a diferença não é nada no<br />
âmbito temporal. O tempo é como <strong>uma</strong> expiração e <strong>uma</strong> inspiração de um deus cósmico. A<br />
expiração é a criação de estrelas, planetas, galáxias e universos. A inspiração trá-los todos<br />
de volta a um incrivelmente pequeno e denso ponto de pó nos pulmões do deus. A<br />
respiração do tempo, para dentro e para fora, a ocorrer num interminável número de ciclos,<br />
sugere a natureza da eternidade.<br />
Patrick ficou em silêncio e eu, muito comovido, considerei as suas palavras. Os meus<br />
próprios estudos, senti, tinham sido melhorados. Tinha-me sido mostrado, como disse<br />
Patrick, um vislumbre da «natureza da eternidade», e parecia-me admirável. Compreendi a<br />
sua atracção pela ficção científica, o seu amor pelo céu e o desejo de conseguir viajar para<br />
as estrelas. Quando acordou, perguntei-lhe se acreditava que aquilo que tinha<br />
testemunhado era meramente <strong>uma</strong> extensão dos livros que tinha adorado em criança.<br />
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