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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
ansiedade, disse-me ela, deixou-a «fraca de joelhos». Ocasionalmente, tinha inchaços e<br />
edemas, particularmente depois de <strong>uma</strong> lesão por prática desportiva na faculdade, que<br />
necessitou de <strong>uma</strong> cirurgia simples no joelho esquerdo; mais tarde foi necessária <strong>uma</strong><br />
cirurgia artroscópica. Quando a conheci, as TAC e os raios X revelavam perda de<br />
cartilagem. Ela não conseguia esticar completamente a perna esquerda por causa da lesão,<br />
e agora coxeava ligeiramente. No entanto, estava consciente de que a lesão era tanto<br />
emocional como física, por isso veio ter comigo.<br />
A sua primeira regressão levou-a de volta por momentos ao sudoeste rural da América do<br />
século XIX. Chamava-se Emma e na meia-idade tinha sido atropelada por <strong>uma</strong> carruagem<br />
puxada a cavalos. O acidente despedaçou o seu joelho esquerdo e a canela e feriu<br />
gravemente o seu joelho direito. Uma infecção subsequente deixou-a permanentemente<br />
inválida. Num relance de outra vida, Michelle viu-se no Japão medieval como um soldado<br />
cujo joelho esquerdo tinha sido trespassado por <strong>uma</strong> flecha.<br />
Ambas as regressões explicavam os seus actuais problemas de joelhos, mas não<br />
chegavam à origem da lição kármica, por isso continuámos e em breve chegámos ao Norte<br />
de África nos tempos pré-romanos. Michelle era novamente um homem, desta vez o<br />
director de <strong>uma</strong> prisão particularmente brutal, que tinha especial prazer em provocar<br />
ferimentos graves nas pernas dos prisioneiros para eles não conseguirem fugir. Umas<br />
vezes cortava-lhes os tendões com <strong>uma</strong> espada ou <strong>uma</strong> faca; outras vezes esmagava-lhes<br />
os joelhos com um martelo ou <strong>uma</strong> pedra. Partiu fémures, espetou pregos em joelhos e<br />
danificou tendões de Aquiles. <strong>Muitos</strong> dos seus prisioneiros morreram das infecções dos<br />
seus ferimentos, mas ele divertia-se com a desgraça deles. Os seus superiores tinham um<br />
prazer indirecto em despachar os prisioneiros para o seu cuidado, e ele era bem<br />
recompensado pela sua violência, vivendo num luxo considerável no meio da sordidez<br />
daquele lugar.<br />
Michelle ficou perturbada com esta regressão e foi preciso outra sessão antes de ela<br />
alcançar <strong>uma</strong> completa integração e compreensão. Acabou por perceber que todos nós<br />
passámos por vidas bárbaras e que ela, como todos nós, não devia sentir vergonha nem<br />
culpa por aquilo que fizera há milénios. A nossa viagem é no sentido ascendente. Todos<br />
nós evoluímos através de vidas de violência e crueldade. O Antigo Testamento diz que os<br />
pecados do pai caem sobre os filhos até à terceira ou quarta geração, que estamos a ser<br />
afectados negativamente por aquilo que os nossos pais fizeram antes de nós. Mas nós<br />
somos os nossos pais, tal como iremos ser os nossos filhos. Os pecados dos nossos<br />
próprios passados irão perseguir os nossos presentes até conseguirmos compreendê-los e<br />
ganhar a absolvição. Os pecados desta vida irão escurecer os nossos futuros, mas, se<br />
tivermos agido de forma sensata no passado, os nossos presentes serão mais leves. Se<br />
agirmos com h<strong>uma</strong>nidade agora, aproximaremos os nossos seres futuros do Uno.<br />
Michelle conseguiu ver por que razão os seus joelhos e pernas lhe doíam tanto na sua vida<br />
presente. Ela tinha pago um preço elevado pelos seus comportamentos passados, mas<br />
agora reconhecia que podia ser libertada. Durante um estado de transe profundo, regressou<br />
de novo àquela vida no Norte de África, mas desta vez, em vez de infligir dor, era ela que a<br />
sentia, e pediu perdão e graças. Não podia mudar os factos e pormenores daquela vida,<br />
mas podia alterar as suas reacções àqueles acontecimentos a um nível espiritual. Este<br />
processo de regressar chama-se reframing. Não altera os factos, mas altera a forma como<br />
se reage aos factos. Michelle enviou pensamentos de iluminação e cura aos prisioneiros, ou<br />
melhor, aos seus egos mais elevados, as suas almas. E foi capaz de se perdoar. «Eu sei<br />
como quebrar o ciclo», disse ela entre lágrimas de gratidão. «Através de amor e<br />
compaixão.»<br />
Ela começou a melhorar. A inflamação nos joelhos diminuiu. Adquiriu total movimento nas<br />
pernas e as radiografias mostraram os dois joelhos completamente curados. O seu estado<br />
de joelhos fracos relacionados com o stresse desapareceu. Ficou livre para explorar e<br />
compreender outras lições mais sofisticadas de compaixão e empatia. Apoiou organizações<br />
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