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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
formalidade da linguagem de Bruce, bastante diferente do discurso coloquial que ele usava<br />
habitualmente. Quando mais tarde lhe perguntei se alg<strong>uma</strong> vez tinha estado no Egipto, ele<br />
garantiu-me que não. A História e as viagens a locais históricos não o atraíam.<br />
Eu conduzi-o em frente nesta vida passada.<br />
- As minhas preocupações confirmam-se - continuou Bruce. - Ele intromete-se em tudo.<br />
Parece antipatizar comigo em particular. Talvez consiga sentir a minha aversão em relação<br />
a ele, embora eu me abstenha de expressá-la. Seja como for, ele está ao meu lado quase<br />
todos os dias, dando sugestões absurdas, contradizendo as minhas ordens, queixando-se<br />
de que eu e os meus camaradas estamos a trabalhar muito devagar, embora seja ele que<br />
impede o progresso. Devido ao curto prazo que o Faraó estipulou, isto aumenta a pressão<br />
sobre mim até um ponto em que estou certo de que irei explodir. Cada dia significa <strong>uma</strong><br />
batalha comigo mesmo para permanecer calmo face às suas exigências e aos seus<br />
comentários quando não consigo satisfazê-las.<br />
»Cerca de um ano depois de o trabalho ter começado, o canalha insiste que o santuário<br />
seja colocado ao lado de um templo diferente em vez do templo principal. Quando lhe<br />
recordo que isso é directamente contrário às ordens do Faraó, ele chama-me parvo à frente<br />
dos meus colegas e começa a afastar-se.<br />
»O que eu receio acontece: expludo. Digo-lhe que o parvo é ele, que é apenas um idiota e<br />
que isso se nota, que é tão estúpido como as pedras que o rodeiam. «Vamos levar este<br />
assunto ao Faraó», digo eu. «Ele decidirá quem deve ter a autoridade final.»<br />
»O primo do Faraó retalia da pior maneira possível. Em vez de ir comigo ao palácio, recruta<br />
um rival meu, outro engenheiro, para envenenar o vinho que bebo ao jantar. Caio doente<br />
imediatamente; a dor é excruciante e eu sou levado para a cama. Nessa noite, um dos<br />
guardas esgueira-se para a minha tenda e apunhala-me na barriga. Morro<br />
instantaneamente. A minha última visão é a do desprezível primo do Faraó do lado de fora<br />
da minha tenda, a rir-se.<br />
Eu trouxe-o de volta; ele estava visivelmente abalado.<br />
- Consegue exprimir o que está a sentir? - perguntei.<br />
- O... o sítio da minha barriga em que fui esfaqueado - balbuciou. - E o mesmo sítio onde<br />
tenho a cicatriz da biopsia, a ferida que sangra de tempos a tempos sem razão aparente.<br />
- Mais alg<strong>uma</strong> coisa?<br />
Ele estava atónito com a revelação.<br />
- O capataz, o homem que me atormentou no Egipto durante aquela vida passada, é o meu<br />
irmão nesta.<br />
A raiva, como tinha admitido, era um factor negativo na sua vida presente. Atingia o auge<br />
da sua força quando ele estava a confrontar o seu irmão Ben ou era confrontado por ele,<br />
que, afinal de contas, tinha pedido a Bruce que desistisse da sua identidade, que se<br />
tornasse invisível.<br />
Eu estava tão ansioso como ele para revisitar outra vida passada. Mais <strong>uma</strong> vez, era no<br />
Antigo Egipto, noutra época.<br />
- Sou um sacerdote, um curador, um dos muitos poucos empregados pelos ricos e<br />
poderosos. A nossa medicina é arcana, não são as ervas e loções habituais que os<br />
médicos laicos usam. O meu método de cura envolve a utilização daquilo que nós<br />
sacerdotes chamamos varas de energia. Quando as varas estão viradas para o sítio exacto,<br />
emitem vibrações sonoras curativas e ligeiras frequências. A sua utilização não é aleatória.<br />
Existe <strong>uma</strong> sequência determinada de luz e som, <strong>uma</strong> ordem intrincada, e um padrão da<br />
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