15.04.2013 Views

Muitos corpos, uma só Alma

Muitos corpos, uma só Alma

Muitos corpos, uma só Alma

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

- Eu falei com ela, disse-lhe que a amava, e, abençoado dia, ela também me ama.<br />

Consegue acreditar? Ela também me ama! Sei que os meus pais não vão aprovar, mas não<br />

importa. Vou desafiá-los. Ela é tudo para mim.<br />

Mais <strong>uma</strong> vez, a sua expressão mudou. Ficou triste.<br />

- Ela morreu - murmurou. - Morreu na epidemia, e, com a sua morte, os nossos sonhos<br />

também morreram, e eu perdi toda a alegria, toda a esperança, todo o prazer. Nunca mais<br />

haverá outro amor como o nosso.<br />

Pedi-lhe para avançar ligeiramente naquela vida. Ele viu-se como um homem taciturno e<br />

zangado, velho aos quarenta anos, quando, podre de bêbedo, deixou o carro despistar-se e<br />

morreu.<br />

Trouxe-o de volta e discutimos a ligação que a vida passada tinha com a presente.<br />

Emergiram dois padrões. Um deles envolvia pensamento mágico: nesta vida, se ele não<br />

dissesse a Alison que a amava, ela estaria a salvo; não morreria como aconteceu em 1918.<br />

O segundo era um mecanismo contrafóbico, o mesmo impulso que leva <strong>uma</strong> pessoa a<br />

despedir-se se pensar que está prestes a ser despedida. No caso de Paul, significava que,<br />

se ele mantivesse <strong>uma</strong> distância emocional de Alison, estaria protegido contra a dor, o<br />

desgosto e o desespero se a perdesse. Por isso, afastou-se dela, arranjou discussões,<br />

criticou constantemente e interferiu em relação aos seus namorados. A sua doença actual<br />

fê-lo reviver o pânico que tinha sentido há quase um século. Ele sabia, disse quando saiu<br />

do meu consultório, que teria de confrontar os seus medos e admitir o seu amor como parte<br />

do tratamento dela. Uma parte dele compreendeu que a ligação corpo-mente, bem<br />

conhecida dos imunologistas, tinha sido validada.<br />

Os medos de Paul já tinham sido ligeiramente aliviados porque ele já tinha perdido Alison<br />

antes e tinha sofrido com isso. Ambos tinham morrido, e no entanto ambos tinham<br />

regressado para esta vida. Ele ainda estava perturbado com a probabilidade da sua morte,<br />

mas agora permitia-se a si próprio sentir o seu amor por ela. Ele não precisava de se<br />

proteger tanto, em detrimento dos dois.<br />

A sua primeira reacção ao seu impulso de amor incondicional foi chamar Phil e dizer-lhe<br />

que era livre de visitar Alison no hospital ou em casa sempre que quisesse. Alison ficou<br />

maravilhada e Phil mal podia acreditar na mudança de atitude de Paul. A medida que a<br />

relação dos jovens amantes se aprofundava, Paul tornou-se cada vez mais receptivo.<br />

Apercebeu-se de que a felicidade de Alison era mais importante do que a sua protecção.<br />

Estava a acontecer <strong>uma</strong> coisa maravilhosa. À medida que o amor de Phil e de Alison<br />

crescia, e à medida que Paul foi sendo capaz de exprimir o seu amor por acções, o sistema<br />

imunitário de Alison começou a entrar em ordem. O amor tornou-se um medicamento vital<br />

na sua luta contra o cancro.<br />

Uma semana depois, Paul voltou para a sua segunda regressão. Desta vez, ele era <strong>uma</strong><br />

mulher do séc. XIX, esposa de um pescador, a viver na costa de Nova Inglaterra. Mais <strong>uma</strong><br />

vez, a ansiedade e o medo enchiam a sua vida.<br />

- Ele não vai voltar desta vez.<br />

- Quem é que não vai voltar?<br />

- O meu marido. Ele vai para estas viagens, às vezes duram meses, e eu tenho a certeza<br />

de que não regressa.<br />

- Ele já fez estas viagens antes?<br />

- Sim.<br />

- E já voltou outras vezes?<br />

- Sim.<br />

66

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!