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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
casa, o que significava que todos os dias havia a possibilidade de violência, a hipótese de<br />
serem mortos. A doença que atacou a nossa mãe podia ter caído sobre qualquer um de<br />
nós. Eles não tinham nenhum controlo sobre o que iria acontecer, nenhum controlo sobre a<br />
natureza, sobre os outros homens, sobre o destino.<br />
- Ela abanou a cabeça. - Ser homem naquela época, não ter dinheiro nem esperança, era<br />
horrível.<br />
- Então foi por causa deles, não apesar deles, que decidiu ficar<br />
- disse eu.<br />
Era <strong>uma</strong> explicação em que ela não tinha pensado, mas eu tinha a certeza de que ela teria<br />
lá chegado sozinha.<br />
- Sim.<br />
- O que aconteceu depois?<br />
- Eles pararam de me bater. Um dia pararam pura e simplesmente. O meu pai morreu<br />
pouco depois, mas o meu irmão ficou e levou-me para a sua casa quando casou. Acabei<br />
por encontrar um homem que me amava e mudámo-nos. Ele era um bom homem e nós<br />
levámos <strong>uma</strong> vida normal para aquele tempo e lugar.<br />
- Você morreu feliz? Ela suspirou.<br />
- Morri satisfeita.<br />
Na recapitulação do presente, ela apercebeu-se de que todas as três regressões - e<br />
particularmente a primeira - explicavam porque é que ela tinha tanto medo que Tom a<br />
deixasse nesta vida, mas ela sabia-o com o seu cérebro, não com o coração, e permaneceu<br />
inquieta.<br />
- Vou ver Tom amanhã - disse eu. - Talvez ele possa ajudar.<br />
Ele chegou apreensivo.<br />
- Vou fazer isto pela Roberta - disse ele -, para descobrir o que se passou com ela, não<br />
comigo.<br />
Para evitar distorções, tinha instruído Roberta para não contar a Tom nenhuns pormenores<br />
das memórias da sua vida passada. Prometi-lhe a ele que teria de passar apenas por <strong>uma</strong><br />
sessão, a menos que decidisse voltar.<br />
- Nem pensar - disse ele com o receio do místico que era comum a contabilistas, advogados<br />
e médicos, cujas mentes analíticas imploram por explicações precisas. Fiquei ligeiramente<br />
surpreendido, portanto, quando atingimos um nível de relaxamento profundo em poucos<br />
minutos.<br />
- Vou conduzi-lo a <strong>uma</strong> vida passada em que você e Roberta estavam juntos - disse-lhe eu,<br />
lembrando-me da Elizabeth e do Pedro do meu livro Só o Amor É Real, que também se<br />
recordavam de ter partilhado vidas passadas. Através deles tinha descoberto o facto de as<br />
almas gémeas virem juntas múltiplas vezes e tinha visto o mesmo fenómeno noutros<br />
pacientes.<br />
Quase de imediato, as suas costas curvaram-se como se alguém ou alg<strong>uma</strong> coisa lhe<br />
tivesse batido.<br />
- Tenho de sair daqui! - disse ele em desespero.<br />
- Onde está?<br />
- N<strong>uma</strong> batalha. Estamos cercados. A minha pobre mulher! Deixei-a sozinha, e tinha<br />
prometido... - Os seus olhos estavam fechados, mas ele levantou os braços como se<br />
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