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Muitos corpos, uma só Alma

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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />

11 - Contemplação e Meditação<br />

«TODOS OS DIAS torno-me no que sou.» A citação é de Robert Thurman, o eminente erudito<br />

budista da Universidade de Colúmbia, e para mim é um pensamento revigorante. Adoro o<br />

conceito de processo e fluxo que ele implica.<br />

Todos os dias somos novos. Os nossos pensamentos, as nossas intenções e acções, a<br />

nossa consciência e percepções estão em constante evolução e com cada mudança<br />

emerge um nós diferente. Não somos a mesma pessoa que éramos há cinco anos nem<br />

mesmo há cinco minutos. E nem o são os nossos entes queridos, os nossos amigos ou os<br />

nossos conhecidos. Um dos resultados é que muitas vezes reagimos à pessoa antiga - e<br />

ela reage a nós - como a conhecíamos outrora, por isso, por exemplo, o rufia do liceu<br />

continua a ser um rufia para nós quando o voltamos a ver, mesmo que ele possa ter<br />

encontrado paz espiritual e seja um homem com um comportamento mais pacífico.<br />

Portanto a evolução não serve de muito se não estivermos conscientes dela. Como<br />

podemos amadurecer se não virmos o processo em funcionamento? Como podemos<br />

aprender com a vida se não pararmos para a vivermos? Como podemos incorporar tudo o<br />

que nos aconteceu física e psicologicamente se não dermos tempo ao corpo e à mente<br />

para o ingerir? Como podemos mudar à medida que os nossos amigos e entes queridos<br />

mudam?<br />

A maneira de acedermos a nós próprios e aos outros é através da contemplação espiritual<br />

relaxada e da meditação, e a altura de começar é no presente. Há <strong>uma</strong> diferença entre<br />

contemplação e meditação, embora estejam relacionadas. A contemplação significa<br />

concentrar-se num assunto ou objecto específico - a ideia da bondade caridosa, por<br />

exemplo, ou a beleza de <strong>uma</strong> borboleta. A meditação requer que se mantenha a mente<br />

completamente vazia, num estado de atenção ou alerta, livre para aceitar todos os<br />

sentimentos, ideias, imagens ou visões que entrem, e deixando a associação fluir para<br />

todos os aspectos do objecto ou pensamento - para compreender a sua forma, aspecto,<br />

cor, essência. É a arte de observar sem pensamento, sem comentário mental. É muito mais<br />

fácil para a mente ocidental praticar a contemplação. Estamos habituados a concentrar o<br />

cérebro num dado assunto, a pensar nele e a analisá-lo. A meditação é um conceito mais<br />

oriental, difícil de apreender e requerendo muita prática. Demora meses ou anos até se<br />

conseguir meditar com toda a mente, e pode-se não se ser capaz de a dominar<br />

completamente n<strong>uma</strong> única vida. Isso não quer dizer, contudo, que não deva tentar meditar<br />

agora. (Lembre-se: Nesta vida, como em todas as outras, você está a progredir<br />

conscientemente em direcção à imortalidade.) A própria tentativa traz as suas recompensas<br />

profundas, e em breve irá dar consigo a ansiar pelo tempo de isolamento que a meditação<br />

requer.<br />

Você pode querer começar pela contemplação, e o objecto em que tem de concentrar-se é<br />

em si mesmo. Para descobrir quem é agora, pense em si neste momento. Deixe todos os<br />

pensamentos que tenha sobre si mesmo, bons ou maus, entrarem na sua consciência. Que<br />

imagens e pensamentos negativos ou preconceituosos descartaria como já não sendo<br />

exactos ou válidos? Que impressões e sentimentos positivos e autocurativos acrescentaria<br />

agora? Que experiências de vida o moldaram mais profundamente? Quando tiver outra<br />

vida, o que é que imagina que irá mudar em relação a esta? A ideia não é «gostar» de si<br />

próprio, nem, na verdade, avaliar-se. Você está a tentar ver o que está realmente lá por<br />

baixo da camuflagem da pessoa que mostra ao mundo.<br />

Considere as pessoas significativas da sua vida. As suas imagens delas estão<br />

desactualizadas? A sua própria experiência ensinou-o a olhar para elas de maneira<br />

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