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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
violenta enquanto guerreiro. Talvez o seu arrependimento de estalajadeiro não tenha sido<br />
suficiente. Se ele tivesse mudado antes dos seus actos de violência, talvez não tivesse<br />
regressado para ser morto em França. Talvez tivesse tido <strong>uma</strong> longa vida na quinta. Nós<br />
discutimos tudo isto quando o tirei da hipnose. Penso que ele estava a dizer-me que, se não<br />
tivesse sido tão violento nas suas vidas passadas, não seria tão violento na sua vida<br />
presente. Ele tinha passado de assassino sem remorsos para estalajadeiro violento, depois<br />
para soldado francês, morto antes de ter tido hipótese de ter <strong>uma</strong> vida completa, e para um<br />
bem-sucedi-do homem de negócios que ainda se enfurecia e tinha graves problemas de<br />
coração e tensão arterial alta.<br />
Nesse dia escrevi duas notas: «O valor da empatia. Ele tinha de sentir o que provocara» e<br />
«O coração está a ligar estas vidas». O que se seguiria?<br />
Desta vez, ele era um japonês homossexual magro na casa dos trinta anos, que vivia no<br />
final do século XIX. Disse-me que tinha um problema amoroso; tinha-se apaixonado por um<br />
homem muito mais novo. Sentia que não havia maneira de conseguir o amor do jovem a<br />
não ser seduzindo-o, portanto foi isso que se decidiu a fazer. O álcool foi o meio escolhido.<br />
Levou o amado para um quarto e encharcou-o em bebida. Meio contra a vontade do jovem,<br />
tornaram-se amantes nessa noite.<br />
O jovem ficou envergonhado, atrapalhado e humilhado. A homossexualidade era algo<br />
desonroso e proibido na sua cultura; o jovem estava particularmente mortificado por ter<br />
permitido ser tomado. A sua reacção foi a raiva. Chegou ao encontro seguinte com <strong>uma</strong><br />
faca ou <strong>uma</strong> espada e espetou-a no peito do homem mais velho. George era demasiado<br />
magro e fraco para resistir. O meu paciente teve morte instantânea.<br />
Na sua recapitulação da vida, os temas do ódio, fúria, raiva impulsiva e álcool estavam<br />
todos presentes. Devia ter sido mais paciente, percebeu George. Ele não tinha de seduzir o<br />
homem mais novo e podia ter esperado por um parceiro que estivesse disposto. Ele não<br />
estava a julgar a sua homossexualidade; o seu pecado foi ter interferido com o livre-arbítrio<br />
de outra pessoa ao manipulá-la.<br />
Uma relação mais subtil centrou-se no peso. Apesar de toda a sua força, George era obeso,<br />
o que aumentava o risco de ataque cardíaco. Por vezes, as pessoas aumentam e mantêm o<br />
peso como <strong>uma</strong> protecção. Isto é comum entre mulheres que foram violentadas ou<br />
violadas; de forma simbólica, elas estão a tentar impedir que a violência se repita. E aqui<br />
estava George, um violador, que era também <strong>uma</strong> vítima de violência. A sua obesidade<br />
parecia provir dessa vida e de outra, não desta. Quando George compreendeu isto, fazer<br />
dieta tornou-se mais fácil.<br />
Escrevi: «A sua cicatriz da vida passada - talvez do ferimento da faca -, susceptibilidade<br />
cardíaca no futuro?» Eu não podia ter a certeza, mas muitas vezes regressamos com<br />
ferimentos ou fraquezas nas áreas do corpo que foram o local de ferimentos mortais ou<br />
danos n<strong>uma</strong> vida passada. No caso de George, a relação parecia provável.<br />
Nesta altura, George já era capaz de ir muito fundo. Parecia abalado pelas suas<br />
experiências e inspirado por elas.<br />
Em 1981, quando a minha paciente Catherine estava num estado profundo de hipnose e a<br />
recordar as lições significativas das suas vidas passadas, ela trouxe de volta mensagens<br />
dos «Mestres». Desta vez, perguntei a George quando ele permanecia num estado mais<br />
profundo: «Há mais alg<strong>uma</strong> coisa? Há mais alg<strong>uma</strong> mensagem para si, mais alg<strong>uma</strong><br />
informação ou sabedoria para trazer de volta?»<br />
Apontei tudo o que ele disse: como se estivesse a ouvir um ditado: «A vida na Terra é um<br />
dom. É <strong>uma</strong> escola para aprender como o amor se manifesta nas dimensões físicas em que<br />
<strong>corpos</strong> e emoções existem. Mas a escola tem muitos recreios, e eles precisam de ser<br />
usados. A vida física é para ser gozada. Esta é <strong>uma</strong> das razões por que vos foram dados os<br />
sentidos. Sejam boas pessoas. Divirtam-se e gozem bem. Gozem os simples mas<br />
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