You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
Esse é um dos propósitos primários da alma: progredir em direcção à cura.<br />
Se tivesse sido <strong>só</strong> eu a ver estes casos, então você poderia ter razão ao pensar que eu<br />
estava a delirar ou que tinha perdido o juízo, mas os budistas e os hindus têm acumulado<br />
casos de vidas passadas durante milhares de anos. Escreveu-se sobre a reencarna-ção no<br />
Novo Testamento até à época de Constantino, em que os romanos a censuraram. O próprio<br />
Jesus Cristo pode ter acreditado nela, já que perguntou aos Apóstolos se eles reconheciam<br />
João Baptista como Elias regressado; Elias tinha vivido novecentos anos antes de João. A<br />
reencarnação é um dogma fundamental do misticismo judeu; em alg<strong>uma</strong>s seitas, foi um<br />
ensinamento padrão até ao início do século XIX.<br />
Centenas de outros terapeutas gravaram milhares de sessões de vidas passadas, e muitas<br />
das experiências dos seus pacientes foram verificadas. Eu próprio conferi pormenores e<br />
acontecimentos específicos gravados nas memórias da vida passada de Catherine e de<br />
outras pessoas - pormenores e acontecimentos exactos impossíveis de atribuir à falsa<br />
memória ou à fantasia. Eu já não duvido de que a reencarnação seja real. As nossas almas<br />
já viveram antes e irão viver de novo. Essa é a nossa imortalidade.<br />
Mesmo antes de morrermos, a nossa alma, aquela parte de nós que está consciente<br />
quando deixa o corpo, pára por um momento, a flutuar. Nesse estado, consegue diferenciar<br />
cores, ouvir vozes, identificar objectos e rever a vida da qual acabou de partir. Este<br />
fenómeno é chamado de experiência fora do corpo e foi documentado milhares de vezes,<br />
mais celebremente por Elisabeth Kiibler-Ross e Raymond Moody. Todos nós passamos por<br />
ela quando morremos, mas apenas alguns regressaram à vida presente para relatá-la.<br />
Uma dessas experiências foi-me relatada (menciono-o brevemente em Só o Amor É Real)<br />
não pela própria paciente, mas pelo seu cardiologista do Mount Sinai Medicai Center, em<br />
Miami, um cientista muito creditado. A paciente, <strong>uma</strong> idosa diabética, estava hospitalizada<br />
para testes médicos. Durante a hospitalização, teve <strong>uma</strong> paragem cardíaca (o seu coração<br />
parou de bater) e ela entrou em coma. Os médicos tinham poucas esperanças. No entanto,<br />
trataram dela fervorosamente e chamaram o seu cardiologista para ajudar. Ele apressou-se<br />
a entrar na unidade de cuidados intensivos e por isso deixou cair a sua distintiva caneta de<br />
ouro, que rolou através da sala para debaixo de <strong>uma</strong> janela. Durante <strong>uma</strong> pequena pausa<br />
no processo de ressuscitação, ele apanhou-a.<br />
Enquanto a equipa tratava dela, relatou a mulher mais tarde, ela flutuou para fora do seu<br />
corpo e observou todo o procedimento a partir de um ponto sobre o carrinho de<br />
medicamentos, perto dessa janela. Observou com grande concentração, já que era a ela<br />
que os médicos estavam a tratar. Queria chamá-los, garantir-lhes que estava bem e que<br />
eles não precisavam de trabalhar de modo tão frenético, mas sabia que eles não podiam<br />
ouvi-la. Quando tentou dar <strong>uma</strong> palmadinha no ombro do seu cardiologista para lhe dizer<br />
que estava óptima, a sua mão atravessou-o completamente e ele não sentiu nada. Ela<br />
conseguia ver tudo o que estava a passar-se em redor do seu corpo e ouvir todas as<br />
palavras que os seus médicos diziam, no entanto, para sua frustração, ninguém a ouvia.<br />
Os esforços dos médicos deram resultado. A mulher regressou à vida.<br />
- Eu observei todo o processo — disse ela ao seu cardiologista. Ele ficou estupefacto.<br />
- Não pode ser. Você estava inconsciente. Você estava em coma!<br />
- Era <strong>uma</strong> caneta bonita, aquela que deixou cair - disse ela. — Deve ser muito valiosa.<br />
- Você viu?<br />
- Acabei de dizer-lhe que vi - garantiu ela, e continuou a descrever a caneta, as roupas que<br />
os médicos e as enfermeiras usavam, a sucessão de pessoas que entraram e saíram da<br />
UCI e o que cada <strong>uma</strong> delas fez - coisas que ninguém podia saber sem lá ter estado.<br />
O cardiologista ainda estava abalado dias depois, quando me contou o caso. Ele confirmou<br />
que tudo o que a mulher relatou tinha de facto acontecido e que as suas descrições eram<br />
12