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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
pneumonia. Não me matou, mas enfraqueceu os meus pulmões, e tive ataques de tosse<br />
para o resto da vida. (Outro paralelo com a sua asma actual.) Não podia arranjar outro<br />
emprego e fui forçada a pedir. Eu tinha futuro, futuro real - todas as minhas colegas da<br />
fábrica achavam que sim -, mas que bem é que isso me fez? Isso destruiu-me. - Ela<br />
começou a chorar.<br />
- Alg<strong>uma</strong> vez lhe perdoou? - perguntei.<br />
- Nunca! O ódio por ele foi o combustível que me fez continuar. «Hei-de vê-lo morto antes<br />
de morrer», disse a mim própria. Mas foi <strong>uma</strong> promessa que não pude cumprir. Morri antes<br />
dos quarenta, solteira, sem filhos, sozinha. Ele provavelmente viveu até aos cem. Que<br />
injustiça! Que desperdício da minha vida nesta Terra.<br />
Nem por isso. A tragédia dessa vida passada e da sua vida como sacerdote foi <strong>uma</strong><br />
preparação para esta vida e para as suas vidas futuras. Quando a trouxe de volta ao<br />
presente, ela permanecia num estado alterado que eu não conseguia definir com precisão.<br />
- A Bíblia diz-nos que os pecados do pai se transmitem até à terceira ou quarta geração de<br />
descendentes. - (Eu fui procurar. Ela estava a parafrasear o Êxodo: 20:5.) - Mas isso não<br />
faz sentido. Nós somos os nossos próprios descendentes, reencarnados como os nossos<br />
netos, bisnetos e trisnetos ao longo das nossas muitas vidas. E em algum ponto podemos<br />
apagar esses pecados, porque eles não existem noutra pessoa, existem em nós próprios. O<br />
meu pai estava em todas as minhas vidas. Eu reconheci-o como meu pai, um agricultor, um<br />
supervisor. E em cada vida amei-o e depois odiei-o. Os seus pecados seguiram-no através<br />
dos séculos.<br />
Ela inclinou-se para a frente, inspirada.<br />
- Mas os meus também. Não eram - não são - os pecados dele que eu preciso de mudar.<br />
São os meus. Eu odeio-o há milénios. O ódio é pecado. De todas as vezes, esse ódio<br />
erradicou o amor que eu sentia por ele no início. Mas e se for diferente desta vez? E se eu<br />
conseguir erradicar o ódio com amor?<br />
As extraordinárias descobertas de Cristina não respondiam, obviamente, à pergunta sobre<br />
que escolha fazer - empregada, dona de casa ou concorrente - nos próximos meses. Na<br />
altura do nosso trabalho juntos, eu estava mesmo a começar o meu trabalho de progressão<br />
e usava-o de forma selectiva. A força e o intelecto de Cristina faziam dela <strong>uma</strong> excelente<br />
candidata, pensei eu, e sugeri que tentássemos ir ao futuro.<br />
Ela concordou de imediato.<br />
- Só vamos olhar para futuros possíveis relativos às suas escolhas - disse-lhe eu. - Quero<br />
evitar vislumbres de doenças graves, perda ou morte. Se der consigo a ir nessa direcção,<br />
diga-me, e eu trago-a de volta.<br />
Comecei por pedir-lhe que visualizasse o futuro no caso de ter ficado na empresa do seu<br />
pai.<br />
- Estou doente, doente fisicamente - disse ela de imediato, mas, apesar da minha<br />
advertência, ela impediu-me de trazê-la de volta. - É <strong>uma</strong> doença proveniente da frustração.<br />
O trabalho está a sufocar-me literal e figurativamente. A minha asma está pior. Não consigo<br />
respirar. É como estar em Inglaterra há dois séculos. Estou na prisão.<br />
A visão de si mesma enquanto dona de casa foi igualmente desoladora.<br />
- As minhas filhas estão as duas crescidas e saíram de casa. Estou sozinha. Nunca voltei a<br />
casar. A minha cabeça parece-me vazia, tal como o meu cérebro está atrofiado por falta de<br />
uso. Vejo o meu carácter inventivo como pertencente a outras vidas, não a esta.<br />
Quanto a começar um negócio competitivo:<br />
- Sou bem-sucedida. O meu pai está na bancarrota e eu sou multimilionária. Todavia, sou<br />
infeliz. Tudo me parece raiva e vingança. Perdi ao ganhar. Eu e a minha família nunca nos<br />
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