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Brian L. Weiss <strong>Muitos</strong> <strong>corpos</strong>, <strong>uma</strong> <strong>só</strong> <strong>Alma</strong><br />
começaram a melhorar logo na fase seguinte dos testes, e o reforço positivo dos seus<br />
resultados melhorados aumentou ainda mais a sua confiança. Continuei a vê-la durante<br />
quase um ano, e depois finalizei a terapia, convencido de que ela iria atingir a promessa<br />
dos seus sonhos. No final do último ano de faculdade, ela veio ter comigo.<br />
- Consegui! - exclamou ela.<br />
Sabia o que ela queria dizer, mas deixei-a explicar.<br />
- Conseguiu o quê?<br />
- Entrar para a faculdade de Medicina.<br />
- Boa! - disse eu, profundamente gratificado. - Onde?<br />
Os seus olhos cintilaram e ela dirigiu-me um sorriso maroto.<br />
- Está a ver, Dr. Weiss, os meus sonhos do futuro nem sempre são infalíveis. A faculdade<br />
não é no Sul. Vou para Cornell.<br />
Samantha, <strong>uma</strong> médica em ascensão, mostrou empada por si própria no passado e assim<br />
pôde caminhar em direcção ao seu futuro. Max, um médico experiente, mostrou a sua<br />
empatia pelos outros no passado e assim pôde ver o seu futuro e transformar o presente.<br />
Quando o conheci, ele era, para dizer com frontalidade, odioso (até os médicos fazem<br />
julgamentos precipitados nos primeiros encontros), e eu não era o único que não o<br />
suportava. Ele era médico num hospital das vizinhanças, e muitos dos seus pacientes e<br />
colegas sentiam o mesmo. Na verdade, foi <strong>uma</strong> das suas colegas, Betsy Prager, <strong>uma</strong><br />
psicóloga, que o mandou vir fazer tratamento comigo. Ela considerava que ele estava<br />
melhor no meu consultório do que no dela. Disse que o pessoal do hospital tinha insistido<br />
muito para que ele fizesse terapia.<br />
Ele chegou como <strong>uma</strong> tempestade de Verão, com ventos fortes e muito calor, colocando-se<br />
defronte da minha secretária num estado de ansiedade profunda.<br />
- Eu não devia estar aqui - anunciou. - Não há necessidade. Aqueles cretinos que dirigem o<br />
hospital acham que eu devo baixar o tom. Eu acho que eles deviam ser despedidos. Não<br />
estão a deixar-me fazer o meu trabalho.<br />
Era um homem alto de trinta e oito anos, com o rosto avermelhado e duplo queixo, cabelo<br />
castanho despenteado e fraco, e olhos a cuspirem fogo. Vestido com calças de cabedal e<br />
camisa havaiana, parecia mais um barman do que um médico.<br />
- Valha-me Deus! - continuou. - Aquela enfermeira da noite. Tipicamente mulher. Um dos<br />
meus pacientes - um tipo espectacular, um verdadeiro príncipe, heróico, <strong>uma</strong> família bestial<br />
- tem meningite. Chama por ela. Está a vomitar. Ela não larga o telefone. Eu grito-lhe para<br />
ela deixar de falar. Disse que o filho estava doente. Azar. E quando ela desligou, passei-me<br />
com ela, ameacei rebentar-lhe com os miolos.<br />
- Quando foi isso?<br />
- Na semana passada. A cabra fez queixa de mim. Deve ter sido por isso que a Dr. a Prager<br />
lhe telefonou.<br />
- A que horas é que a ameaçou? - perguntei calmamente.<br />
- A meia-noite. Talvez mais tarde.<br />
- O que é que estava a fazer no hospital tão tarde?<br />
- O meu trabalho. A olhar pelos meus pacientes.<br />
- A Dr. a Prager diz que se atrasa muitas vezes e que está sempre cansado. Disse-me que<br />
aceita tarefas que um residente ou interno podem fazer.<br />
- Pois, se não tivessem os miolos nos pés em vez de na cabeça.<br />
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