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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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para fazer seu primeiro longa metragem. Nas<br />

filmagens ele se envolve com uma aspirante a<br />

atriz, e ela com um amigo ator. A produção acaba<br />

interrompida. No dilema <strong>de</strong> ter que ce<strong>de</strong>r às pressões<br />

dos produtores da Boca do Lixo, que querem<br />

incluir cenas <strong>de</strong> sexo em seu filme experimental,<br />

a cineasta, seu assistente <strong>de</strong>slumbrado e uma<br />

amiga jornalista atravessam os dias em bebe<strong>de</strong>iras<br />

e perambulações pela cida<strong>de</strong>. Impulsionada pelo<br />

assistente apaixonado, Paula resolve terminar<br />

o filme rodando uma interminável panorâmica<br />

sobre a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Ensan<strong>de</strong>cido com<br />

tanta genialida<strong>de</strong>, o assistente enlouquece.<br />

Comentário: Tributo un<strong>de</strong>rground <strong>de</strong> <strong>Reichenbach</strong><br />

à fase junkie <strong>de</strong> sua geração. A maior parte dos<br />

diálogos foi improvisada na hora da filmagem,<br />

feita com muita câmera na mão. Segundo ele,<br />

tudo foi na base do Jimmy Hendrix na cabeça,<br />

anarquia total na frente e atrás das câmeras,<br />

além <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sprezo absoluto pelas convenções<br />

da narrativa <strong>cinema</strong>tográfica. A <strong>de</strong>speito da<br />

fama <strong>de</strong> porralouca e do fato <strong>de</strong> ser renegado<br />

pelo diretor, este episódio, que mostra o <strong>cinema</strong><br />

falando <strong>de</strong> si mesmo, retratando um pouco do<br />

ambiente da Boca do Lixo, mereceria uma revisão<br />

mais atenta nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

Impressões: Este é um filme <strong>de</strong> curtição e <strong>de</strong>sbun<strong>de</strong>,<br />

que me parece <strong>de</strong> difícil assimilação fora <strong>de</strong> sua<br />

época. Referências anárquicas a Fuller, Godard,<br />

Chabrol e Jonas Mekas, um tanto antropofagicamente<br />

embaralhadas – provavelmente, pelo efeito

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