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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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amiza<strong>de</strong> entre dois poetas urbanos, inspirando-se<br />

diretamente na sintonia que une o poeta português<br />

Cesário Ver<strong>de</strong> e o brasileiro Augusto dos<br />

Anjos. Apesar <strong>de</strong> <strong>viver</strong>em em época diferentes<br />

e em países distantes, ambos eram apaixonados<br />

por sua cida<strong>de</strong> natal, sofreram as agruras da<br />

hemoptise e tinham fixação pela morte. Pouco<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter concluído o primeiro tratamento,<br />

consi<strong>de</strong>rei-o datado e o engavetei. Dez anos<br />

<strong>de</strong>pois, Eduardo Aguilar, assistente <strong>de</strong> direção<br />

e continuísta em vários <strong>de</strong> meus filmes, além <strong>de</strong><br />

parceiro <strong>de</strong> cinefilia, convenceu-me a reativar o<br />

projeto. Mantive aspectos anteriores, reescrevi o<br />

roteiro em 92, mas acrescentei forte influência<br />

autobiográfica, aproveitando para refletir sobre<br />

as transformações socioeconômicas que ocorreram<br />

no país durante três décadas anteriores,<br />

através da formação cultural, política e existencial<br />

dos personagens. Com o acréscimo <strong>de</strong> novas<br />

situações e novos personagens no roteiro final,<br />

fui obrigado a centrar a ação em um dos poetas,<br />

o Rivaldo Torres (feito por Bertrand Duarte). A<br />

participação do outro (Xavier) foi bastante reduzida<br />

na montagem. Foi uma idéia feliz, pois o<br />

filme <strong>de</strong>ve muito ao Bertrand. A história <strong>de</strong><br />

<strong>como</strong> cheguei ao Bertrand merece um capítulo<br />

à parte. Ele é um fenômeno, um ator instintivo<br />

e exuberante por natureza que abdicou <strong>de</strong> seu<br />

talento para virar publicitário.<br />

A energia <strong>de</strong> Bertrand lembra em muito o furor<br />

emocional <strong>de</strong> Célia Olga em Lílian M.. Ambos

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