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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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a não ficar tão confiante em minha história. Em<br />

cima da hora resolvi mudar <strong>de</strong> projeto. Encontrei<br />

um amigo, o Eduardo Aguilar, que <strong>de</strong>pois<br />

trabalharia comigo diversas vezes, e contei-lhe<br />

o caso. Ele sugeriu que eu filmasse um roteiro<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos atrás, chamado Almas Gêmeas, que<br />

ele conhecia, e com o qual eu havia ganho um<br />

concurso <strong>de</strong> roteiros da Secretaria <strong>de</strong> Cultura do<br />

Estado, em 1981.<br />

Achava esse roteiro um tanto <strong>de</strong>fasado, mas voltei<br />

para casa e fui reler a história, que ficcionava<br />

uma amiza<strong>de</strong> entre Cesário Ver<strong>de</strong> e Augusto do<br />

Anjos, poetas <strong>de</strong> países diferentes, <strong>de</strong> condições<br />

sociais diferentes, um rico e um pobre, mas que<br />

tinham em comum um vínculo muito gran<strong>de</strong> com<br />

suas cida<strong>de</strong>s natais: Cesário com Lisboa e Augusto<br />

com Recife. Eram andarilhos noturnos, e pessoas<br />

doentes, vítimas da tuberculose. Fiz com que a<br />

história se passasse em São Paulo e eles fossem<br />

andarilhos da cida<strong>de</strong>, <strong>como</strong> eu mesmo era na<br />

adolescência. No roteiro, havia uma série <strong>de</strong><br />

personagens e a história girava em torno do lançamento<br />

do livro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les. O mais importante<br />

eram as mulheres que apareciam na vida <strong>de</strong>sses<br />

poetas e se tornavam suas musas. Ao reler essa<br />

história, gostei muito, mas achei que precisava<br />

mudar um pouco, tornar mais atual. Em quatro<br />

dias reescrevi tudo. Começava a nascer a história<br />

<strong>de</strong> Alma Corsária. Resolvi manter os dois poetas,<br />

o livro e as mulheres <strong>de</strong> suas vidas, mas usei <strong>como</strong>

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