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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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Bernardo todos os dias. Para quem olha no mapa,<br />

as cida<strong>de</strong>s são vizinhas. Não parece difícil. Mas<br />

só quem mora na cida<strong>de</strong> sabe o que é atravessar<br />

São Paulo nas horas do rush. Per<strong>de</strong>-se um tempo<br />

enorme e nunca se sabe a hora certa em que se<br />

vai chegar no <strong>de</strong>stino. Era comum atrasarmos o<br />

trabalho uma hora ou mais. Assim, para começar<br />

o dia <strong>de</strong> trabalho sem estresse, algumas vezes<br />

preferia dormir num hotel em São Bernardo.<br />

Depois <strong>de</strong> tudo pronto, os noticiários <strong>de</strong>ixaram<br />

o filme mais atual. Primeiro foi o fato <strong>de</strong> Arnold<br />

Schwarzeneger ter se tornado governador, o que<br />

dá ao filme uma carga extra <strong>de</strong> ironia. Há um<br />

diálogo que tinha outro sentido quando escrevi<br />

o roteiro, mas hoje é uma informação errada,<br />

já que ele está no partido Republicano. Num<br />

<strong>de</strong>terminado momento Aurélia pergunta ao namorado<br />

se ele é neo-nazista. O namorado retruca,<br />

possesso: Você sabe o que é um neo-nazista,<br />

Aurélia? Um nazista ia namorar você? Nazista é<br />

aquele cara que você é fã, que tem nome ariano!<br />

Aurélia fica revoltada: Mentira. Ele é um <strong>de</strong>mocrata.<br />

Eu li numa revista! Mantivemos a cena<br />

tal <strong>como</strong> foi imaginada no roteiro e ela acabou<br />

ficando mais irônica do que o previsto. Depois<br />

houve aquele lamentável episódio com a gangue<br />

<strong>de</strong> neonazistas que jogou dois adolescentes<br />

para fora do trem em movimento. Um morreu<br />

e outro per<strong>de</strong>u o braço. Muita gente veio comentar:<br />

Puxa, que coincidência! Coincidência<br />

coisa nenhuma. An<strong>de</strong>i muito por aquela região,<br />

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