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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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70<br />

Admito que é muito ruim. Mas é um filme que<br />

merece um capítulo à parte. Não tínhamos experiência<br />

alguma. A idéia <strong>de</strong> filmar foi do Callegaro.<br />

Um belo dia, <strong>de</strong>pois da aula, ele olhou para<br />

mim e disse: Pô, Carlão, nós vamos ficar nessa<br />

faculda<strong>de</strong> estudando até quando? Do jeito que a<br />

coisa está indo, nós vamos ficar aqui um tempão,<br />

pagando mensalida<strong>de</strong>s e não vamos chegar a<br />

lugar nenhum! Ele ficava inconformado porque<br />

no primeiro ano do curso, era proibido filmar!<br />

Alguém po<strong>de</strong> imaginar um curso <strong>de</strong> <strong>cinema</strong><br />

que não permite que se filme? Nessa época não<br />

existia pornochanchada, não existia nada. Num<br />

<strong>cinema</strong> do centro da cida<strong>de</strong>, estava sendo exibido<br />

Sexy Gang um filme idiota, que se passava numa<br />

praia, que era o que os franceses chamavam <strong>de</strong><br />

<strong>cinema</strong> cochon, um filme bem comercial com<br />

várias cenas <strong>de</strong> nu<strong>de</strong>z feminina. Cochon significa<br />

porco. O máximo que se via, no entanto, era uma<br />

mulher <strong>de</strong> calcinha e seios à mostra. A censura era<br />

muito rígida. Se houvesse uma cena em que um<br />

homem tocasse os seios da mulher, cortavam na<br />

hora. É engraçado, pois o que propiciou o ciclo<br />

da pornochanchada foi o fato <strong>de</strong> que, nos anos<br />

70, a censura passou a implicar mais com o teor<br />

político dos filmes do que com nu<strong>de</strong>z e sexo.<br />

Nos EUA, o gênero exploitation abriu caminho<br />

para muitos diretores que <strong>de</strong>pois se tornaram<br />

importantes. Francis Ford Coppola, por exemplo,<br />

estreou no <strong>cinema</strong> com um filme nesse estilo,<br />

chamado Os Amantes do Nudismo (Tonight For

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