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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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Outra seqüência importante do filme é a do<br />

alemão colecionador <strong>de</strong> armas, chamado Hartmann.<br />

O personagem foi tenuamente inspirado<br />

na figura real do industrial alemão Henning<br />

Albert Boilesen, que segundo a VPR (Vanguarda<br />

Popular Revolucionária), era espião da CIA e<br />

patrocinava a Operação Ban<strong>de</strong>irante, a OBAN,<br />

criada pela repressão no final dos anos 60, em<br />

São Paulo. Dizia-se que esse cidadão (um suíço)<br />

havia sido da SS nazista. Boilesen foi executado<br />

pelo Comando Revolucionário Devanir José <strong>de</strong><br />

Carvalho, após ser julgado <strong>como</strong> espião da CIA.<br />

Isso é discretamente citado no filme.<br />

O curioso é que a censura brasileira não enten<strong>de</strong>u<br />

as seqüências do alemão e elas passaram incólumes<br />

nos <strong>cinema</strong>s. Quando o filme foi lançado,<br />

encontrei dois ex-ativistas que viram o filme e<br />

vieram me perguntar se eu estava me referindo<br />

ao Boilesen.<br />

No entanto, essas mesmas cenas foram censuradas<br />

<strong>de</strong>z anos <strong>de</strong>pois pela BBC <strong>de</strong> Londres quando<br />

integravam o documentário Cinema <strong>Brasil</strong>eiro:<br />

o Sexo e os Generais, <strong>de</strong> Simon Hartog, famoso<br />

pelo documentário censurado sobre Roberto<br />

Marinho e a Globo.<br />

A seqüência do Hartmann é uma das minhas<br />

preferidas em toda a minha obra. Lá exercitei<br />

uma atmosfera originalíssima on<strong>de</strong> os atores<br />

interpretaram <strong>como</strong> se estivessem dançando. A<br />

seqüência inteira foi filmada com músicas alemãs<br />

dos anos 30 (pré-nazistas). O Jairo Ferreira dizia<br />

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