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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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tendo um <strong>de</strong>sempenho extraordinário (ganhou<br />

o prêmio em Gramado) e passou a ser quase um<br />

ator-fetiche, atuando em diversos filmes meus. Só<br />

não atuou em outros porque não teve tempo livre.<br />

Tenho três roteiros que gostaria <strong>de</strong> filmar com ele:<br />

em especial, O Amigo Católico, em que gostaria<br />

que interpretasse um padre, que aos 60 anos se<br />

<strong>de</strong>scobre médium e abandona a igreja.<br />

Filme Demência é o filme no qual eu mais me<br />

expus . Nele revisitei a perda do principal vínculo<br />

familiar e, <strong>de</strong> certa forma, fiz as pazes com meu<br />

pai. O filme foi feito não só para refletir o processo<br />

<strong>de</strong> perda <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> mas, também o fracasso<br />

econômico do País com a conseqüente <strong>de</strong>cadência<br />

moral que acompanha todas as inflações. O filme<br />

trata <strong>de</strong> herança, da perda <strong>de</strong> relações e bens<br />

familiares. Fausto per<strong>de</strong> a sua empresa familiar,<br />

uma pequena indústria <strong>de</strong> cigarros , <strong>de</strong>vorado pelo<br />

avanço das multinacionais. No auge do governo<br />

militar, <strong>de</strong> 1971 a 1976, isso estava acontecendo<br />

em quase todos os setores da economia. Era uma<br />

catástrofe. As multinacionais estrangeiras tinham<br />

mais apoio do governo para investir no país do<br />

que as empresas brasileiras. Po<strong>de</strong>-se dizer que<br />

foi <strong>de</strong>clarada guerra à pequena indústria, ao<br />

artesanato, ao que eles chamavam <strong>de</strong> anarquia<br />

econômica do país. E foi justamente nesse período<br />

que entrei <strong>de</strong> sócio na empresa <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

Jota Filmes. Senti <strong>de</strong> perto os efeitos do governo<br />

Médici. Essa questão <strong>de</strong> ser her<strong>de</strong>iro sempre me<br />

interessou. Já no primeiro roteiro que escrevi com<br />

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