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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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te da linguagem do filme. A música chega a ser<br />

personagem. A abertura <strong>de</strong> Bens Confiscados,<br />

que mostra uma mulher se preparando para um<br />

suicídio no terraço <strong>de</strong> um apartamento <strong>de</strong> cobertura,<br />

foi toda construída em cima <strong>de</strong> Sonho e<br />

Sauda<strong>de</strong>, uma composição antológica do genial<br />

Tito Madi. É comum nos meus filmes a música<br />

ser apresentada <strong>como</strong> personagem (o elemento<br />

mais importante da cena) e gradativamente se<br />

tornar diegética (a que algum personagem esteja<br />

escutando). Busco fazer isso <strong>de</strong> modo que a<br />

mu dança seja quase imperceptível. A exemplo<br />

<strong>de</strong> Lilian M, Relatório Confi<strong>de</strong>ncial, a minha voz,<br />

em off, logo no início explica o que o filme é<br />

baseado na minha própria vivência e na <strong>de</strong> meus<br />

amigos <strong>de</strong> infância e juventu<strong>de</strong>; entre eles: Jairo<br />

Ferreira e Percival Gomes <strong>de</strong> Oliveira. Os dois<br />

fazem uma figuração carinhosa no filme, <strong>como</strong><br />

os redatores da fictícia revista O Taxi<strong>de</strong>rmista<br />

Mo<strong>de</strong>rno. O porte físico do personagem Rivaldo<br />

Torres é calcado no Jairo Ferreira. Numa das passagens<br />

mais engraçadas, o Bertrand é assaltado<br />

e humilhado num beco do bairro paulistano do<br />

Glicério. Poucos dias <strong>de</strong>pois, no mesmo local, é<br />

achacado e humilhado numa batida policial. Isso<br />

realmente aconteceu com o Percival, na época<br />

em que ele e o Jairo dividiam um apartamento<br />

no Glicério. Ele foi chamado <strong>de</strong> vagabundo pelos<br />

policiais e pelos bandidos e levou um chute na<br />

bunda dos dois. Há coisa mais humilhante do que<br />

levar um chute na bunda? Depois o Percival ain-

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