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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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zação <strong>de</strong> O Império do Desejo (que inicialmente<br />

<strong>de</strong>veria se chamar Anarquia Sensual) po<strong>de</strong>ria ser<br />

<strong>de</strong>finido <strong>como</strong> protótipo do estilo buscado por<br />

<strong>Reichenbach</strong>. Todos os temas que lhe são caros<br />

estão aqui: manipulação <strong>de</strong> clichês narrativos,<br />

subversão do repertório do filme erótico comercial,<br />

mistura <strong>de</strong> gêneros, criação <strong>de</strong> atmosferas<br />

distintas a cada gênero, busca <strong>de</strong> uma geografia<br />

própria, música <strong>como</strong> elemento narrativo, humor<br />

na linha da chanchada e elementos do i<strong>de</strong>ário<br />

anarco-libertário. O filme foi convidado a participar<br />

<strong>de</strong> festivais <strong>de</strong> <strong>cinema</strong> <strong>de</strong> teor anarquista<br />

<strong>como</strong> os <strong>de</strong> Melbourne, Portland e Lyon.<br />

Impressões: Este é um dos meus filmes preferidos.<br />

Sonho um dia voltar a fazer um filme com<br />

o mesmo prazer, liberda<strong>de</strong> e disposição com que<br />

realizei este. Quando estou <strong>de</strong> baixo astral, revejo<br />

O Império do Desejo e me coloco novamente em<br />

harmonia com o <strong>cinema</strong> e o universo. Há um personagem<br />

interessante nesse filme, uma espécie<br />

<strong>de</strong> profeta, feito pelo Orlando Parolini, que mata<br />

os boçais da história a porretadas, enquanto cita<br />

passagens <strong>de</strong> Fernando Pessoa. Por exemplo um<br />

casal <strong>de</strong> turistas babacas, que fala besteiras o<br />

tempo todo e só irritam o espectador. Aí aparece<br />

o tal profeta e sai distribuindo bordoadas. Ele vai<br />

limpando a praia <strong>de</strong> gente <strong>de</strong>sprezível.<br />

O Orlando era um gran<strong>de</strong> amigo, crítico <strong>de</strong> <strong>cinema</strong><br />

especializado em filmes japoneses, que funcio<br />

nava para mim <strong>como</strong> um alter-ego subversor .<br />

Eu e o Inácio Araújo achávamos belíssima a<br />

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