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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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mais preciosas são em Amor, Palavra Prostituta<br />

(ganhou o prêmio APCA <strong>de</strong> melhor ator por<br />

este filme) e Extremos do Prazer on<strong>de</strong> interpreta<br />

personagens burgueses <strong>de</strong>sprezíveis. O que o<br />

tornava mais convincente era o asco que sentia<br />

por aqueles personagens.<br />

Amoral e libertário, o filme mistura Mata Hari<br />

com William Reich; fotonovela com Oswald <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong>; quadrinhos eróticos com Bakunin;<br />

Marie Chantal com Henri Michaux; tudo embalado<br />

pelo som da poesia <strong>de</strong> John Lennon Amor<br />

é Toque. A utopia do emblemático casal Yoko-<br />

Lennon transposta para o universo <strong>de</strong> exilados<br />

políticos. Diálogos extraídos da subliteratura,<br />

envoltos num <strong>de</strong>spojamento intelectual aparente<br />

transformam-se num bombar<strong>de</strong>io subliminar <strong>de</strong><br />

erudição, catarse e revolta.<br />

Apesar do sucesso, a relação comercial era<br />

com ple tamente diferente. Naquele tempo, se<br />

você não levasse público para as salas, estava<br />

acabado. Nessa fase, me dava muito bem com o<br />

público e o Galante confiava em mim. Fizemos<br />

uma paródia <strong>de</strong> livros pornôs <strong>de</strong> sucesso na época.<br />

Havia uma escritora com sobrenome francês,<br />

que fazia livros <strong>de</strong> espionagem altamente eróticos.<br />

Também havia outro, que escrevia livros<br />

para venda em bancas <strong>de</strong> jornal. É o escritor<br />

que mais títulos fez até hoje. Ele escrevia em<br />

média três livros por dia. Fazia westerns, guerra,<br />

espionagem, valia tudo. E olhe que não havia<br />

computador para facilitar, <strong>como</strong> hoje. Um dos<br />

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