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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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Censura e Filmes Esticados<br />

Ainda havia a agravante da censura, que se intrometia<br />

em tudo e às vezes <strong>de</strong>ixava o filme mais<br />

engraçado. Para se ter uma idéia do que era o<br />

filme, na primeira cena, um personagem saía <strong>de</strong><br />

um bueiro, <strong>de</strong> terno e gravata e ia ao <strong>cinema</strong>.<br />

Chegando lá, encontrava uma menina gostosa,<br />

<strong>de</strong> biquíni, tomando um sorvete e perguntava:<br />

Posso dar uma chupadinha aí? A censura não<br />

gostou. Mandou cortar. Mas conseguimos fazer<br />

com que <strong>de</strong>ixassem a cena, mas sem som. Para<br />

eliminar as falas, eles raspavam, no negativo,<br />

a banda <strong>de</strong> som da película. Com a raspagem,<br />

ouvia-se apenas um ronco. O que eles não imaginavam<br />

é que o resultado, nas telas, ficava muito<br />

pior, pois dava asas à imaginação do espectador.<br />

Então, ouvia-se Posso dar uma brrrrbrrrr, aí?<br />

Quem ouvia, imaginava um palavrão muito mais<br />

forte. Em outra cena, o personagem dizia a uma<br />

mulher: Você é uma vaca! A censura raspou o<br />

som <strong>de</strong> novo. Ficou Você é uma brrrbrrrr! Muitas<br />

vezes, a censura implicava com bobagem, coisas<br />

que não tinham nada <strong>de</strong>mais, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> raspado,<br />

tudo parecia baixaria. Havia uma cena em<br />

que um jornalista picareta ficava tirando fotos<br />

<strong>de</strong> mulheres nuas na praia. Ele aproximava-se <strong>de</strong><br />

uma mulher, apontava o <strong>de</strong>do diretamente para<br />

a câmera, e dizia, <strong>como</strong> naquele cartaz americano<br />

do Tio Sam, A América precisa <strong>de</strong> você! A censura<br />

implicou, achando que seria ofensivo para com<br />

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