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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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guinada na obra <strong>de</strong> <strong>Reichenbach</strong>. A partir daqui<br />

ele passa a se expor em seu <strong>cinema</strong>. O roteiro é<br />

inspirado na sua relação com o pai.<br />

<strong>Reichenbach</strong>, filho e neto <strong>de</strong> industriais gráficos<br />

e editores, per<strong>de</strong>u o pai aos 13 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, e<br />

assistiu à perda <strong>de</strong> todos os bens <strong>de</strong> família, inclusive<br />

a tradicional indústria litográfica que seu<br />

avô instalou no início do século. A premiada trilha<br />

musical <strong>de</strong> Manoel Paiva e Luiz Chagas se inspira<br />

diretamente na Oitava Sinfonia <strong>de</strong> Gustav Mahler.<br />

Filme Demência é, sem dúvida, seu trabalho mais<br />

complexo. É o tipo do filme que <strong>de</strong>ve ser visto<br />

mais <strong>de</strong> uma vez, pois a cada revisão percebemse<br />

mais <strong>de</strong>talhes. A <strong>de</strong>speito das citações, é um<br />

filme no qual a força está nas expressões e gestos.<br />

Seria a <strong>de</strong>scida à praia uma espécie <strong>de</strong> morte<br />

on<strong>de</strong> o protagonista repensa sua vida? Mesmo<br />

nos poucos momentos <strong>de</strong> humor, essa reflexão<br />

está presente, <strong>como</strong> quando ele encontra seus<br />

cigarros à venda, ou quando um personagem faz<br />

referência à má qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>les.<br />

Impressões: Filme Demência foi um filme que<br />

escrevi pensando num ator, o Ênio Gonçalves e<br />

tive que brigar com a Embrafilme, que queria<br />

alguém da Globo para o papel. O Ênio é um caso<br />

bem atípico. Ele é um dos poucos atores brasileiros<br />

que fez curso <strong>de</strong> realização <strong>cinema</strong>tográfica<br />

no Centro Experimentale, em Roma. Eu costumo<br />

afirmar que ele é um ator europeu em ativida<strong>de</strong><br />

no <strong>Brasil</strong>. Ele é econômico, fala baixo e trabalha<br />

para a lente 50 mm. Seria perfeito para Bresson,

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