16.04.2013 Views

Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

250<br />

o tempo <strong>de</strong> projeção excedia três horas. E o pior<br />

é que havíamos cortado seqüências inteiras. Para<br />

po<strong>de</strong>r chegar aos 128 minutos da montagem<br />

atual tivemos que sacrificar muita coisa boa,<br />

optando por reforçar os personagens femininos.<br />

Nós <strong>de</strong>cidimos também diminuir a importância<br />

da personagem principal; livrar o peso das costas<br />

<strong>de</strong> Aurélia. Acho que foi aí que surgiu um filme<br />

sobre o coletivo e não sobre o individual; um<br />

filme sobre o grupo <strong>de</strong> operárias e não sobre<br />

uma protagonista apenas. De certa maneira, nós<br />

recuperamos na montagem a idéia central da<br />

gênese do projeto, que estava nos dois primeiros<br />

roteiros, Sonhos <strong>de</strong> Vida e Vida <strong>de</strong> Sonhos. Um<br />

dos <strong>de</strong>staques <strong>de</strong>sse corte final é a sensualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Aurélia. Logo na cena que abre o filme, há<br />

uma espécie <strong>de</strong> strip-tease invertido, ou seja, a<br />

atriz começa nua e vai se vestindo para sair. Essa<br />

cena é absolutamente necessária, por mostrar o<br />

ritual cotidiano da transformação da mulher em<br />

peça do tear, engrenagem da fábrica. A sexualida<strong>de</strong><br />

natural <strong>de</strong> Aurélia é <strong>de</strong>spersonalizada pelo<br />

uniforme <strong>de</strong> trabalho. Era fundamental recriar<br />

a sensualida<strong>de</strong> instintiva da personagem. Para<br />

isso, foi fundamental a colaboração da coreógrafa<br />

Luciana Brittes (que fez a bailarina nua<br />

<strong>de</strong> Equilíbrio e Graça). Ela aproveitou todos as<br />

nuan ças da música composta por Ayres e Levy.<br />

Michele Valle tinha uma sensualida<strong>de</strong> própria,<br />

mas na hora <strong>de</strong> colocar isso na tela, a timi<strong>de</strong>z<br />

atrapalhava, endurecia os seus movimentos.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!