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Carlos Reichenbach: o cinema como razão de viver - Universia Brasil

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teórico reichniano William Solanas e o anarquista<br />

Nilo Baleeiro. Em contato direto com o hedonismo<br />

do paradisíaco reduto <strong>de</strong> renegados, a espiã<br />

<strong>de</strong>scobre a função revolucionária do prazer.<br />

Comentário: Retomando a idéia básica <strong>de</strong> seu<br />

primeiro longa-metragem Corrida Em Busca do<br />

Amor, o diretor recicla clichês do <strong>cinema</strong> erótico<br />

comercial, subvertendo-os. Em 1979 o <strong>Brasil</strong> vivia<br />

o auge da pornochanchada e <strong>Reichenbach</strong> aceita<br />

o <strong>de</strong>safio lançado pelo produtor Antônio Polo<br />

Galante <strong>de</strong> tentar renovar o gênero, a <strong>de</strong>speito<br />

do baixo orçamento. Com poucos rolos <strong>de</strong> negativo<br />

e três semanas <strong>de</strong> filmagens, realiza o que<br />

viria a ser seu maior sucesso <strong>de</strong> bilheteria. A Ilha<br />

dos Prazeres Proibidos foi o filme que motivou a<br />

famosa frase do Galante, produtor da Boca do<br />

Lixo: Nos filmes do Carlão, os personagens falam<br />

coisas esquisitas, mas o público vai ver. Realmente<br />

houve uma ótima resposta <strong>de</strong> público na época.<br />

Quatro milhões <strong>de</strong> espectadores no <strong>Brasil</strong> e outros<br />

três em países da América do Sul. <strong>Reichenbach</strong><br />

filmou o Pacífico em pleno Atlântico, recriando<br />

uma geografia própria. A censura fez alguns<br />

cortes, que não chegaram a afetar a trama. O<br />

público do <strong>cinema</strong> pornô, machista e ávido por<br />

cenas <strong>de</strong> nu<strong>de</strong>z convencional, <strong>de</strong>ve ter levado<br />

um choque com as menções <strong>de</strong> sexo tribal, amor<br />

livre e lesbianismo, tendo <strong>como</strong> pano <strong>de</strong> fundo<br />

questionamentos existenciais e i<strong>de</strong>ológicos. Como<br />

tempero, as já habituais citações <strong>de</strong> Fuller, Makavejev,<br />

Emma Goldman e Jean Luc Godard.<br />

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