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Volume 1 - Número 8 - EDUEP - Uepb

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210<br />

SocioPoética - <strong>Volume</strong> 1 | <strong>Número</strong> 8<br />

julho a dezembro de 2011<br />

Em Um retrato da artista, Luisa Destri e Cristiano Diniz, ambos bastante<br />

familiarizados com o acervo pessoal da autora, nos trazem concepções se não novas,<br />

porém mais bem articuladas acerca da relação autoria e obra que é ponto fulcral e<br />

de onde não se pode prescindir para quem se interessa pelos escritos hilstianos. Há,<br />

nessa parte do livro, importantes informações sobre o legado de Hilda Hilst no<br />

qual percebemos uma clara imbricação do que foi o processo de escrita e da vida<br />

da autora, como se as duas coisas não pudessem ser dissociadas. “A ligação de Hilda<br />

com a terra proporcionada pela chácara, a vida rústica e afastada da badalação, suas<br />

referências freqüentes a santas e a temas espirituais – tudo isso precipitou um retrato<br />

quase místico da autora.” (p. 39)<br />

Sonia Purceno, na seção Ensaio de Leitura, faz uma breve incursão sobre a<br />

prosa ficcional da autora, sempre ressaltando aspectos já abordados pelos principais<br />

estudiosos de Hilda, como Eliane Robert de Moraes e Nelly Novaes Coelho, porém<br />

com uma visão mais crítica que se liga aos aspectos textuais propriamente ditos da<br />

obra como um todo. A focalização na produção pornográfica vai aparecer quase<br />

sub-repticiamente, porém, é central para que se perceba o esforço de Purceno em<br />

dissociar a imagem de Hilda Hilst ao de escritora pornográfica.<br />

Na interessante seção Entre Aspas, Luisa Destri destaca trechos das obras de<br />

Hilda que considera mais relevantes – e aqui caberia perfeitamente o termo “chocante”<br />

utilizado no sentido de dar choques de literariedade no leitor. São trechos nos<br />

quais se evidencia o trabalho linguístico de Hilda: uma espécie de oficina experimental<br />

com as palavras associada a uma frenética busca de sentido para a vida. As<br />

duas coisas amalgamadas, na verdade, vão cingir o ponto alto da literatura hilstiana,<br />

que é a procura pelo eu através da palavra.<br />

Finalizando, e não menos importante para quem não só está se iniciando nos<br />

estudos acerca dessa tão polêmica autora, mas sobretudo para aqueles que querem<br />

saber quais as últimas palavras ditas sobre Hilda, Sonia Purceno nos apresenta<br />

Estante, uma seção dedicada à crítica literária que se tem feito no Brasil e no exterior<br />

sobre Hilda Hilst. Aqui, a autora destaca os já conhecidos trabalhos, como é o<br />

caso de Cadernos de Literatura Brasileira do Instituto Moreira Salles, 1999, assim<br />

como as obras reunidas de Hilda Hilst da editora Globo, organizadas por Alcir<br />

Pécora. Há passagens também em que se reitera o trabalho de estudiosos como<br />

Anatol Rosenfeld, Caio Fernando Abreu, Leo Gilson Ribeiro e as já citadas Eliane<br />

Robert Moraes e Nelly Novaes Coelho. Aqui, cabe uma ressalva especial ao trabalho<br />

de Renata Pallotini, que vem se dedicando quase como voz uníssona à pesquisa<br />

sobre o teatro hilstiano, tão pouco priviliegiado por aqueles que se debruçam sobre<br />

sua obra.<br />

Em Cronologia, não são apresentadas novidades que já não tenham aparecido<br />

aqui e ali, quando se trata de trabalhos da autora, porém, mais uma vez, Luisa<br />

Destri e Cristiano Diniz acrescentam os títulos de dissertações de mestrado e teses<br />

de doutorado que estão sendo publicadas sobre a autora.

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