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Volume 1 - Número 8 - EDUEP - Uepb

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78<br />

SocioPoética - <strong>Volume</strong> 1 | <strong>Número</strong> 8<br />

julho a dezembro de 2011<br />

que aparece em De Morte é a clássica: velha, vestido de negro com a gadanha na mão<br />

como a imagem abaixo:<br />

Passa-se o tempo e a Morte bem buscar o velhinho. Entra em seu quarto e o<br />

velhinho tenta convençê-la de que ainda não havia chegado a sua hora. A Morte ri<br />

e o texto informa que:<br />

Conversa vai, conversa vem, a Morte finalmente deixou o velho rezar<br />

um único Padre Nosso. Aí, ele foi rezando tão, tão, tão devagar, que a<br />

Morte, cansada de esperar, sentou na beirada da cama. Beleléu! Ficou<br />

grudada. (LAGO, 1992, s/p, negrito nosso)<br />

Com sua inteligência perspicaz, o velhinho engana a Morte, já que consegue<br />

que seu primeiro desejo e segundo desejo. Ele vê a morte de frente, ela não o pega<br />

de surpresa. Realizado o primeiro pedido ele vai enrolando a Morte e consegue efetivar<br />

seu segundo pedido: a Morte fica grudada em sua cama e dali não pode sair.<br />

Eis que então ocorre a primeira intermitência da Morte, porque ela entra em greve<br />

forçada, a Morte não mais mata assim como no livro de Saramago. Tanto Saramago<br />

quanto Ângela Lago grafam a Morte com letra Maiúscula. E tal como no romance<br />

do escrito português os problemas começam, pois as pessoas não morrem mais. O<br />

padre não recebe encomenda de missa, o carpinteiro reclama porque não tem caixão<br />

para fazer, o coveiro não tem covas a abrir. E pior de tudo, o velhinho tem que ouvir<br />

as lamúrias da Morte, que está grudada na sua cama.

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