A reestruturação da cotonicultura no Brasil - Cepea - USP
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1968). A que<strong>da</strong> de preços mais cedo ou mais tarde contém a difusão <strong>da</strong>s <strong>no</strong>vas tec<strong>no</strong>logias,<br />
estancando o crescimento. A expansão <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> (interna ou externa) simultaneamente ao<br />
avanço tec<strong>no</strong>lógico é condição necessária para que se evite acentua<strong>da</strong> que<strong>da</strong> de preço, que<br />
inviabilize o uso <strong>da</strong> <strong>no</strong>va tec<strong>no</strong>logia, estancando os benefícios iniciais aos consumidores.<br />
O desenvolvimento inicial <strong>da</strong> <strong>cotonicultura</strong> nacional esteve por muito tempo ancorado<br />
na possibili<strong>da</strong>de de exportação. Contudo, ain<strong>da</strong> na déca<strong>da</strong> de 1960, o Gover<strong>no</strong> Federal passou a<br />
promover a exportação de manufaturados com pesados controles sobre as exportações de<br />
matérias-primas, entre as quais o algodão. Em 1973, as exportações <strong>da</strong> pluma também foram<br />
proibi<strong>da</strong>s. O objetivo era o atendimento do programa de promoção à exportação de<br />
manufaturados. Programas neste sentido foram mantidos até o a<strong>no</strong> de 1988. Aos poucos as<br />
restrições foram perdendo força, mormente <strong>no</strong> início de 1990, quando a abertura comercial do<br />
país se intensificou.<br />
Esses acontecimentos, aliados às infestações de pragas em regiões tradicionais de<br />
cultivo e per<strong>da</strong> de competitivi<strong>da</strong>de frente à pluma importa<strong>da</strong>, entre outros fatores, contribuiu para<br />
que a produção nacional de algodão sofresse decréscimos expressivos de área e produção, em<br />
montantes reconheci<strong>da</strong>mente elevados até a safra 1997/1998, quando então passou a apresentar<br />
sinais de recuperação e de competitivi<strong>da</strong>de. A avanço <strong>da</strong> produção esteve ancorado num <strong>no</strong>vo<br />
sistema produtivo, em grandes extensões de áreas e mecanizado do plantio à colheita.<br />
O consumo apresentou-se em níveis superiores à produção até a safra 2000/2001 e a<br />
indústria nacional abastecia-se do produto importado. Atualmente, a produção interna gera<br />
excedente de exportação considerável, diante de acréscimos na produção e de consumo<br />
relativamente estabilizado por parte <strong>da</strong>s indústrias têxteis situa<strong>da</strong>s em território nacional. Isto<br />
possibilitou que o <strong>Brasil</strong> passasse a ter uma importante participação <strong>no</strong> cenário mundial tanto em<br />
termos de produção como de exportação.<br />
Até a primeira metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1990, a produção nacional de algodão ocorria<br />
principalmente nas Regiões Sul e Sudeste do país, as quais caracterizavam-se cultivo tradicional,<br />
intensivo em mão-de-obra. Com a <strong>reestruturação</strong> recente do sistema produtivo, passou a ocorrer o<br />
desenvolvimento <strong>da</strong> “<strong>cotonicultura</strong> empresarial”. Neste caso, sua abrangência se estendeu<br />
principalmente para a região Centro-Oeste do país, mas avançando para algumas outras regiões,<br />
como a Sudeste (Minas Gerais) e Nordeste (Bahia).<br />
Dessa forma, pode-se dizer que está ocorrendo um <strong>no</strong>vo delineamento <strong>no</strong> mapa <strong>da</strong><br />
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